A poucos metros da pista de corrida, onde pilotos profissionais realizam manobras de drift, executivos e técnicos de tecnologia discutem riscos cibernéticos, inteligência artificial (IA) e a responsabilidade da liderança empresarial frente a ataques digitais. Esse é o cenário do Cyber Drift 2025, evento promovido pela Teltec Solutions, nesta terça-feira (15), em Santa Catarina*.
Em sua terceira edição, o encontro une velocidade e tecnologia para reforçar o que, segundo o CEO da empresa, Diego Brites, é o maior desafio da era digital: antecipar-se às ameaças. “No automobilismo, cada segundo conta. Em cibersegurança, é igual. Estar um passo à frente é o que faz a diferença”, afirma.
Com palestras técnicas, sessões de networking, e uma corrida de kart entre os participantes, o evento também simboliza a expansão da empresa, que mais do que triplicou de tamanho nos últimos cinco anos. Em 2024, a Teltec registrou um faturamento de R$ 299 milhões, com destaque para as áreas de cloud computing (crescimento de 83%) e operações de segurança (SOC) (30%).
Da garagem ao ecossistema
Criado em 2022, o Cyber Drift teve início de forma modesta, com foco regional. Em três anos, tornou-se o principal ponto de encontro da empresa com clientes, parceiros e fabricantes. Nesta edição, a organização mobilizou caravanas de cidades como Porto Alegre, Curitiba e Joinville, e recebeu visitantes de São Paulo, Mato Grosso e Distrito Federal.
A Teltec não pretende parar por aí. “Queremos transformar o evento em uma plataforma de relacionamento contínuo”, afirma Brites. A empresa planeja realizar fóruns menores ao longo do ano para manter ativa a rede de colaboração entre clientes e fornecedores, inclusive concorrentes, dentro de uma lógica de comunidade e ecossistema aberto.
Teltec mira crescimento
Fundada há mais de 33 anos, a Teltec Solutions atua como consultoria e integradora de soluções avançadas em TI, com foco em três frentes: nuvem, segurança da informação e conectividade. A companhia tem hoje mais de mil contas ativas e 230 colaboradores, responsáveis por mais de 400 certificações técnicas. A empresa também figura há sete anos consecutivos no ranking do Great Place to Work.
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A estratégia da Teltec combina parcerias com líderes globais de tecnologia – como Microsoft, Cisco, Palo Alto Networks, F5, Darktrace e Crowdstrike – com entrega consultiva e recorrente. “Aqui, não falamos em pós-venda, e sim em pré-venda da próxima entrega”, diz Brites. A lógica, segundo ele, é que a excelência operacional é a única forma de garantir recorrência e crescimento sustentável.
Além disso, a Teltec opera com um SOC 24×7 robusto e investe na ampliação de sua atuação no mercado enterprise, especialmente subsidiárias de multinacionais.
Capilaridade e presença regional
A empresa tem apostado na expansão física como diferencial competitivo. Em um cenário em que muitas empresas optaram por centralizar operações remotamente após a pandemia, a Teltec decidiu investir em presença local.
Hoje, mantém unidades em São Paulo, Brasília, Florianópolis, Cuiabá, e acaba de inaugurar escritório em Porto Alegre. Os próximos focos são Curitiba e Recife, regiões em que a Teltec já registra crescimento relevante na carteira de clientes. “O Brasil é muito grande. Ter pessoas alinhadas com a cultura local faz a diferença”, diz o CEO.
O fator humano
Para Brites, o avanço da tecnologia é inegável, mas são as pessoas que definem o sucesso. A Teltec vem investindo em capacitação e retenção de talentos, com foco especial em segurança cibernética, área que sofre com falta de profissionais qualificados. “Não dá para enfrentar essa guerra digital sozinho. Se não houver colaboração, é impossível ganhar dos atacantes”, afirma.
Estudo citado pelo executivo, elaborado pelo Instituto Nacional de Combate ao Cybercrime (INCC), estima que os prejuízos causados por crimes cibernéticos no Brasil em 2023 chegaram a R$ 2,3 trilhões, o equivalente a 18% do PIB nacional.
Além da capacitação técnica, o ambiente importa. Santa Catarina, onde fica a sede e o hub digital da Teltec, é apontada como um dos polos tecnológicos mais promissores do país. “Hoje, Florianópolis é a capital nacional das startups. São 6 mil empresas de tecnologia na cidade, representando 25% do PIB da cidade”, afirma Brites, que também preside a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE).
Uma corrida sem linha de chegada
Mesmo com crescimento acima da média do setor, a previsão para 2025 é de alta de 23,7%, Brites evita triunfalismo. “Investir em tecnologia é um jogo infinito. Você nunca termina. Sempre tem que se preparar para a próxima curva”, afirma.
A aposta para os próximos anos inclui novos serviços com inteligência artificial, avanço em ESG, e otimização da infraestrutura digital de clientes. “Não vendemos tecnologia por vender. Entregamos o que faz sentido para cada cliente”, resume.
*A jornalista viajou a convite da empresa
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