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Zuckerberg defende compra do Instagram em julgamento antitruste da Meta

By 16 de abril de 2025No Comments

Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta, falando em um evento, com um fundo azul abstrato

Mark Zuckerberg subiu ao banco das testemunhas nesta terça-feira (15) para defender, pelo segundo dia consecutivo, as polêmicas aquisições do Instagram e do WhatsApp pela Meta em um processo antitruste histórico movido pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC), conforme reportado pela BBC e outras agências internacionais.

Durante o interrogatório, os advogados da FTC questionaram se a Meta poderia ter simplesmente desenvolvido um aplicativo próprio, em vez de adquirir o Instagram por US$ 1 bilhão em 2012. “Tenho certeza de que poderíamos ter construído um app”, respondeu Zuckerberg. “Se ele teria sido bem-sucedido ou não, é especulativo.”

Ele também reconheceu, em referência a uma troca de e-mails com Sheryl Sandberg, então COO do Facebook, que criar um aplicativo “é difícil” e que as tentativas anteriores da empresa raramente ganhavam tração no mercado.

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Em um desses e-mails, apresentado pela FTC, Zuckerberg dizia. “O Instagram está crescendo muito mais rápido que a gente. Tivemos que comprá-los.” Outro e-mail de 2018 mostrou que o CEO chegou a cogitar, de forma preventiva, desmembrar o Instagram e o WhatsApp, prevendo pressão crescente de reguladores. “Há uma chance não trivial de sermos forçados a separá-los em 5 a 10 anos”, escreveu.

A FTC alega que a Meta, então Facebook, comprou seus concorrentes para neutralizar ameaças emergentes e manter seu domínio no setor de redes sociais. A agência busca uma medida drástica: forçar a venda do Instagram e do WhatsApp, alegando que os consumidores seriam beneficiados se essas plataformas tivessem continuado a operar de forma independente.

Zuckerberg, por sua vez, sustenta que as aquisições permitiram expandir e melhorar os serviços, como o uso de tecnologias de câmera do Instagram. A Meta também argumenta que enfrenta forte concorrência no mercado, citando TikTok, X (ex-Twitter) e YouTube como exemplos.

Para o professor William Kovacic, diretor do Centro de Direito da Concorrência da Universidade George Washington, a FTC está tentando demonstrar que o Instagram poderia ter se tornado um competidor robusto por conta própria, mas provar esse ponto pode ser um desafio.

O julgamento, deve se estender por várias semanas e contará com depoimentos de outras figuras importantes, como Sheryl Sandberg e Kevin Systrom, cofundador do Instagram. Caso a FTC convença o juiz, o processo entrará em uma segunda fase, que determinará as medidas corretivas a serem aplicadas à Meta.

Hoje, o Instagram representa uma das principais fontes de receita publicitária da Meta nos EUA e, segundo projeções da Emarketer, deve responder por mais da metade do faturamento da empresa no país em 2025.

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