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Honey Island: Segredo para M&As de sucesso está no tempo

By 17 de abril de 2025No Comments
Mariana Foresti, managing partner da Honey Island | Foto: Divulgação
Mariana Foresti, managing partner da Honey Island | Foto: Divulgação

Prestes a completar o ciclo de dez anos, a Honey Island começa a colher os frutos dos seus investimentos. A gestora, fundada em 2015 pelos sócios do EBANX, João Del Valle, Alphonse Voigt, Wagner Ruiz e Antonio Maganhottea, já realizou cinco exits – e planeja mais dois para este ano.

Em entrevista exclusiva ao Startups, Mariana Foresti, managing partner da gestora, conta que até o momento todas as saídas foram por meio de M&As, e afirma que o segredo para obter sucesso nos retornos está em uma palavra: tempo.

“Agora, com quase 10 anos, a casa começa a ter os ciclos completos, o que no venture capital é super importante porque é quando a gente começa a colher as primeiras safras e trazer esses resultados para os investidores. E esse sucesso nos M&As só acontece de forma planejada e com tempo. Uma empresa que tem pressa em sair acaba fazendo um negócio que não é o ideal. Startups que estão com as contas equilibradas, têm negócios redondos, conseguem ter tempo para escolher a melhor operação”, afirma.

O último exit da Honey Island foi com a Transfeera, comprada em 2024 pela PayRatailers, fintech espanhola de atuação global na área de pagamentos. A transação foi aprovada pelo Cade em dezembro do ano passado.

Atualmente, a gestora tem quatro veículos de investimento, sendo um fundo de venture capital especializado em fintechs, construído a quatro mãos com a 4UM Investimentos. Esse é o único Fundo de Investimentos em Participações (FIP) da casa até o momento.

Os outros três veículos incluem um fundo com capital próprio para investimento anjo, uma holding e um fundo para investimentos em ativos líquidos de web3.

Hoje com 14 investidas, o FIP de fintechs da Honey Island by 4UM ainda possui R$ 30 milhões para deploy em novos investimentos e follow-ons. O objetivo, segundo Mariana, é que o fundo invista em mais quatro ou cinco empresas no curto prazo.

Entre as tendências observadas pela gestora no segmento de fintechs estão soluções cada vez mais especializadas em determinados nichos de mercado.

“A gente tem visto algumas teses que a gente gosta. Não dá para deixar de falar, por exemplo, no impacto que IA tem tido nas fintechs. Uma tese que estamos olhando é seguros e como a inteligência artificial permite uma personalização maior e um melhor entendimento do risco cliente a cliente”, explica a managing partner.

A evolução dos arcabouços regulatórios, não só no Brasil, mas em toda a América Latina, também tem gerado oportunidades de novos negócios. Basta pensar nas soluções criadas a partir do Pix e do Open Finance, por exemplo.

“Gostamos muito de olhar teses que se tornam viáveis e mais amplamente aplicáveis com alguma mudança de regulação. É o caso da V360, uma empresa do nosso portfólio que faz automação do fiscal de grandes empresas. É um SaaS, mas que com esse avanço da Lei das Duplicatas, a oferta se torna ainda mais importante para as empresas”, diz.

A V360 levantou R$ 40 milhões em sua rodada série A em fevereiro deste ano, em uma captação liderada pelo fundo Cloud9 Capital, com participação de Honey Island by 4UM e follow-on de Carpa e Allievo.

Apesar de a maior parte dos investimentos da Honey Island ser no Brasil, a gestora tem olhado bastante para oportunidades na América Latina, em especial para startups que têm algum plano de entrada no mercado brasileiro. Atualmente, o fundo investe na Finamex (México) e na Toku (Chile).

“Estamos constantemente olhando para outras teses em LatAm, e teses que emulam o que aconteceu no Brasil. Por exemplo, o avanço dos pagamentos instantâneos. Há discussões sobre um modelo similar ao Pix no México e na Colômbia, que são mercados que a gente está de olho”, aponta.

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