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Novo posicionamento, dados e IA são caminho do Mercado Pago para ganhar espaço entre bancos digitais

By 23 de abril de 2025No Comments

Foto de um evento do Mercado Pago com André Chaves, SVP e Head do Mercado Pago no Brasil, e Pethra Ferraz, VP de Marketing do Mercado Pago. Eles estão no palco, com seus nomes, cargos e fotos projetados em um grande telão ao fundo. O palco é decorado com as cores da marca e o logo do Mercado Pago aparece repetidamente ao redor. Há um público assistindo à apresentação.

O Mercado Pago está pronto para uma nova investida no concorrido mercado brasileiro de fintechs e serviços financeiros. A estratégia foi apresentada por executivos da companhia nesta terça-feira (22), durante um evento em São Paulo, onde o banco digital revelou um posicionamento de marca renovado, além de novos produtos para ampliar sua base de clientes.

Por fora, pouca coisa muda: a empresa mantém o mesmo visual, mas deixa de lado a cor azul para adotar o mesmo tom de amarelo do Mercado Livre. A mensagem é clara: “somos o banco do Mercado Livre”, anotou Osvaldo Gimenez, CEO do Mercado Pago. Fundada em 2003 como o meio de pagamento do Mercado Livre, a companhia vem se transformando ao longo dos últimos anos e expandindo sua presença no setor financeiro – especialmente no Brasil.

Em 2018, recebeu autorização do Banco Central para operar como instituição financeira. Em 2021, lançou seu cartão de crédito. Há dois anos, passou a se posicionar como um banco digital. Atualmente, já são mais de 61 milhões de usuários únicos na América Latina. O número específico do Brasil não é divulgado, mas o país é destaque para a empresa: o faturamento por aqui totalizou R$ 24 bilhões no ano passado.

Os gastos dos brasileiros com o cartão de crédito Mercado Pago também cresceram 138% em relação ao ano anterior.

A estratégia recebe alguns reforços a partir desta semana. Uma das apostas é a ampliação da modalidade “Cofrinhos”, que permite que correntistas depositem valores na conta virtual para ter rendimento constante do valor. O produto está em crescimento no Brasil: desde o ano passado, os ativos sob gestão do Mercado Pago aumentaram 111% no País.

A iniciativa dos “Cofrinhos” é semelhante às “Caixinhas” do Nubank, principal concorrente do Mercado Pago no mercado nacional. O novo produto anunciado é o Cofrinho “Rendimento Perfeito”, que terá rendimento de até 112% do CDI para usuários que depositarem ao menos R$ 1 mil ou que sejam assinantes do Meli+, programa de fidelidade do Mercado Livre. O índice de rendimento é um dos maiores do mercado nesta categoria, e bastante superior ao rendimento de 100% do CDI que é o padrão do banco.

Para alcançar um novo público, o Mercado Pago também contará com a cantora e empresária Anitta como nova embaixadora da marca. No passado, vale lembrar, Anitta foi acionista e integrou o conselho de administração do Nubank – relação que foi encerrada há alguns anos. A nova parceria com o Mercado Pago não envolve o mesmo nível de proximidade, mas, segundo Anitta, foi motivada por afinidade com os valores da empresa.

Dados e IA

A estratégia de expansão do Mercado Pago também aposta nos pesados investimentos em tecnologia realizados pela companhia nos últimos anos na região. No início deste mês, o Mercado Livre anunciou uma nova rodada recorde de R$ 34 bilhões que serão aportados no Brasil. Parte desse montante será destinada à modernização dos sistemas tecnológicos da organização, aprimorando a experiência dos usuários – isso inclui o Mercado Pago.

Há ainda uma ampla aquisição de talentos prevista. Hoje, o Mercado Livre soma cerca de 18 mil engenheiros na América Latina, sendo que um terço está alocado no Mercado Pago. A expectativa do Meli é gerar 28 mil empregos na região até o fim deste ano. Destes, 3,3 mil serão na área de Tecnologia. “Nós temos o maior time de produtos da América Latina”, afirmou Gimenez, CEO da companhia.

André Chaves, vice-presidente sênior e líder do Mercado Pago no Brasil, destaca que esses investimentos representarão ainda um diferencial estratégico no enfrentamento da concorrência. “Por sermos parte de um ecossistema tão robusto e com DNA tecnológico, conseguimos utilizar dados e inteligência artificial, por exemplo, para desenvolver um score de crédito próprio”, explicou. “Usamos muitos dados não tradicionais para entender o comportamento do usuário sob ângulos que são inovadores em comparação com o sistema tradicional.”

Para o Mercado Pago, o mercado brasileiro de serviços financeiros é “maduro” e “altamente competitivo”. Isso não significa, no entanto, que não existam oportunidades de crescimento por aqui. Segundo Chaves, o cenário local ainda é “muito consolidado” e conta com um número elevado de participantes que oferecem propostas de valor de alto custo ou de muita fricção para o usuário.

Nesse contexto, a meta do Mercado Pago é ganhar não apenas em cima de bancos tradicionais, mas acelerar a onda de crescimento de fintechs como uma nova alternativa de valor. “Temos duas batalhas aqui. A primeira é conquistar o cliente para que ele tenha a nossa conta. Nesse ponto, temos crescido em um ritmo muito forte”, pontuou Chaves. “A segunda é fazer com que ele escolha a nossa conta como principal relacionamento bancário.”

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