Se integração sempre foi o motor silencioso da transformação digital, agora ela virou combustível de foguete. Na era da IA generativa e dos dados pulverizados, as interfaces de programação de aplicações (APIs) ganharam protagonismo e empresas como a Sensedia não pretendem desperdiçar essa janela de oportunidade.
A multinacional brasileira, que construiu sua reputação ao ajudar grandes organizações a se tornarem mais digitais, abertas e conectadas, está vivendo um novo momento. E, para acelerar essa fase, acaba de anunciar a chegada de Ricardo Medina como vice-presidente de Negócios da Sensedia no Brasil, trazendo na bagagem 25 anos de experiência em gigantes como SAP, Oracle e ServiceNow.
“Estamos passando pelos melhores trimestres dos nossos 18 anos de história, impulsionados pela evolução da nossa linha de produtos, novas soluções e pela força do mercado de integração no contexto da IA. Precisávamos de uma liderança forte para sustentar e expandir esse crescimento”, afirma Marcilio Oliveira, cofundador da Sensedia, em entrevista exclusiva ao IT Forum.
O foco, segundo ele, não é simplesmente vendas, mas growth: um trabalho de gestão da base instalada, expansão com novos clientes, construção de alianças e desenvolvimento de parcerias estratégicas. Com mais de 250 clientes apenas no Brasil, entre eles líderes de setores como financeiro, seguros, varejo e healthtechs, a Sensedia aposta na profundidade dos relacionamentos para escalar.
“Temos uma missão muito clara, que é tirar mais valor da nossa base, especialmente com o portfólio expandido. Vamos ajudar nossos clientes enterprise a ter ainda mais benefícios de integrações inteligentes, em setores onde já temos penetração forte e em novas fronteiras que estão se abrindo, como open health e open insurance”, explica Medina.
Não há IA sem APIs
O pano de fundo da estratégia é provocativo. A integração é o novo coração da transformação digital movida a inteligência artificial. “Não tem IA sem API. Não adianta querer extrair valor dos dados se eles não estiverem conectados, expostos e gerenciados de maneira inteligente”, dispara Medina. A frase, que ele confessa não ser de sua autoria, já virou seu mantra e da Sensedia.
A Sensedia está posicionada nesse centro nevrálgico. Sua plataforma de APIs, microsserviços e integrações é a infraestrutura invisível que permite a interoperabilidade entre sistemas, parceiros de negócios, startups, fintechs, healthtechs e novos agentes digitais.
E a aposta é grande. Segundo Oliveira, no ano passado, a Sensedia cresceu mais de 100% fora do Brasil, especialmente na América Latina, onde já participa da definição de padrões regulatórios de open finance em países como Chile, Colômbia e México. “Nossa reputação lá fora é, em grande parte, herança do que construímos aqui. Mas também é fruto da nossa capacidade de adaptação e contribuição ativa para os ecossistemas locais”, aponta ele.
Crescimento com cultura
Expandir é o objetivo. Mas sem perder o que os fundadores consideram um dos maiores ativos, a cultura. “Somos uma empresa de venda relacional e consultiva. Isso foi estudado, planejado e queremos manter. A proximidade com o cliente é crítica para nós”, reforça o fundador.
Medina concorda e acrescenta que ficou impressionado com a maturidade dos processos internos da Sensedia, algo, segundo ele, raro até mesmo entre multinacionais. “É uma empresa pronta. O nível de excelência do produto, o NPS acima de 70 no enterprise, a maturidade das práticas de engenharia e gestão são notáveis”, diz.
A empresa, que começou em Campinas e hoje compete em projetos globais, segue com os olhos no futuro. E quer ser reconhecida como uma grande empresa, não apenas uma boa empresa nacional.
“Temos concorrentes globais fortes, mas nosso diferencial está na nossa engenharia local, na agilidade e na capacidade de relacionamento. Com a nova liderança e a nossa visão de integração elevada à potência da IA, estamos prontos para a próxima grande curva de crescimento”, finaliza Oliveira.
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