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Flavia Picolo, líder de tecnologia para a Accenture na América Latina. Imagem: divulgação

Em Valinhos, no interior de São Paulo, Flávia Picolo encontrou no balé, ainda na infância, uma paixão que acompanharia sua trajetória. Se antes a disciplina e a leveza da dança guiavam seus movimentos, hoje são esses mesmos princípios que norteiam sua atuação como líder de tecnologia na Accenture para a América Latina, comandando desafios no universo digital com a mesma determinação. 

Durante 14 anos, Flávia sonhou em ser bailarina profissional. O balé, com seus ensaios exaustivos e a eterna busca pela perfeição, ensinou-lhe a disciplina, a colaboração e a humildade diante dos desafios. “Era um balé – literal e metafórico –, em que cada passo era um exercício de coragem e entrega”, recorda com brilho nos olhos. Contudo, o desejo de conhecer o mundo, de se reinventar e, sobretudo, de transformar sua realidade, a conduziu por um caminho pouco convencional para quem se via entre sapatilhas e coreografias. 

Ao lado de um pai que a introduziu às primeiras experiências em uma multinacional, Flávia vislumbrou um novo caminho: a tecnologia. Os códigos despertaram nela a certeza de que aquele era o palco em que ela poderia, com o mesmo fervor, encantar e impactar vidas. 

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Encarando o desconhecido 

A líder confessa o sabor agridoce de abandonar uma paixão antiga para trilhar um novo rumo. “Falei: ‘vamos passar uma tarde na química, na tecnologia’”, relembra, recordando a primeira vez em que o contato com o mundo da TI acendeu, de forma inesperada, a chama de uma carreira que jamais imaginara. Foi nessa decisão – marcada pelo medo, mas impulsionada pela curiosidade – que se forjou a essência de uma mulher que não teme o desconhecido. 

Após esse primeiro contato na companhia em que o pai trabalhava, Flávia iniciou sua carreira como estagiária em outra empresa, onde, rapidamente, se deparou com os desafios do universo corporativo. 

“Sentia que estava parada num ensaio interminável, em que o ritmo não acompanhava o compasso dos meus sonhos”, relembra. Essa insatisfação a impulsionou a buscar novos desafios e, justamente nesse momento, cruzou seu caminho com a Accenture – uma virada que marcaria o início de 24 anos de uma trajetória intensa e transformadora. 

Ao aceitar desafios que a levaram a atuar em terras estrangeiras – como a experiência de morar na Argentina –, Flávia enfrentou barreiras que iam além do tema técnico. Em um país em que o idioma se reinventava e a cultura pulsava de forma diversa, o “frio na barriga” se tornava um ritual constante. “Falar inglês era uma coisa, mas de repente, me vi imersa em um novo idioma, o espanhol, e em uma cultura completamente diferente. O medo era inevitável, mas eu aprendi a transformá-lo em preparação e aprendizado”, conta com a espontaneidade de quem já superou inúmeros ensaios. 

Equilíbrio, família e novos horizontes

Na Accenture, Flávia encontrou um ambiente que não só valorizava sua experiência prévia, mas que também a impulsionava a ir além. Em uma empresa que se orgulha de sua cultura inovadora e inclusiva, ela lidera hoje um time de mais de 17 mil profissionais em cinco países. Nesse universo, a diversidade – entendida em toda a sua amplitude – é um valor inegociável, diz. 

Para ela, nesse capítulo, os desafios se multiplicam e se transformam. A Accenture, que desde o início de sua trajetória abraçou a missão de ser o epicentro da mudança para seus clientes, se apresenta como um laboratório vivo de inovações. “Cada projeto é como um espetáculo: você entrega tudo, corpo, alma e coração. E esse mesmo espírito do balé, de se entregar por completo, é o que me move diariamente”, explica. 

Além do universo corporativo, a vida pessoal de Flávia revela outra dimensão de sua coragem e versatilidade. Casada há 26 anos, avó orgulhosa e sempre em busca de novos aprendizados, ela compartilha os desafios de manter o equilíbrio entre a carreira e os laços familiares. Entre a construção de uma casa no interior e a ousadia de iniciar aulas de surfe – sonho que a faz brincar com a ideia de ser uma “vovó surfista amadora” –, a líder mostra que, para ela, o equilíbrio não é uma meta estática, mas um processo contínuo de adaptação e amor. 

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