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“O céu é o limite”: Igreja Adventista quer IA generativa para crescer na América do Sul

By 8 de maio de 2025No Comments

Prédio moderno com fachada espelhada e letreiro indicando "IATec – Instituto Adventista de Tecnologia", localizado em área urbana com paisagismo na frente, incluindo palmeiras, gramado e arbustos bem cuidados

A Igreja Adventista do Sétimo Dia soma mais de 2,6 milhões de membros na América do Sul. Sua atuação, no entanto, vai bem além de congregações religiosas. No total, são 920 escolas, 16 faculdades e universidades, 19 hospitais e clínicas de saúde, duas editoras e dois canais de televisão administrados pela organização nos países da região. Só ficam de fora da conta Colômbia e Venezuela, pertencentes à divisão da igreja na América Central.

Operar e coordenar as demandas de tecnologia deste ambiente pulverizado e diverso não é uma tarefa simples. Desde 2014, a missão pertence ao Instituto Adventista de Tecnologia (IATec), formado para concentrar e a estratégia de TI de todos os órgãos da igreja na região. Herberth Borges, CIO do IATec, é o responsável pela liderança da empresa.

“Tínhamos tudo difuso, separado. Cada associação tinha sua própria estrutura de TI rodando, com redundância de esforços e multiplicação de trabalho”, conta o executivo em conversa com a imprensa brasileira durante o Next 2025, evento da Nutanix que acontece nesta semana em Washington.

Em 2016, o IATec ganhou uma sede em Hortolândia, no interior de São Paulo. O espaço abriga hoje cerca de 360 funcionários dedicados ao desenvolvimento e suporte de sistemas e soluções de back-office. Além do time central, unidades locais como hospitais, escolas e universidades também contam com seus próprios times de TI para atender às demandas pontuais.

Como explica Borges, o modelo é de uma espécie de “TI federada”. Nela, instituições ligadas ao IATec mantém suas próprias equipes de TI e gerente responsável – que conduzem projetos locais, define prioridades e garante conformidade com as exigências específicas do setor. “Em termos de negócio, as unidades têm a autonomia local. Nós fazemos uma mentoria e governança”, explica o CIO.

Continuidade e governança

A parceria da IATec com a Nutanix já tem quase uma década. Pouco tempo após o estabelecimento de seu escritório físico, o instituto buscava um fornecedor capaz de suportar a complexidade operacional do ambiente de negócio da organização.

“Uma das maiores dificuldades que tínhamos na época era lidar com volumes de dados em diferentes formatos – além das diferentes necessidades e condições financeiras de nossas operações regionais”, explica o executivo.

Na ocasião, as equipes de TI da organização começaram a se familiarizar com o tema de infraestrutura hiperconvergente (HCI) e se empolgaram com as possibilidades da tecnologia. O projeto começou com quatro nós, mas se expandiu ao longo do tempo. Hoje, só o IATec já roda 800 VMs em Nutanix. O Hospital Adventista de Belém, o maior operado pela organização no Brasil, também roda Nutanix.

“Boa parte do volume ainda reside em outras estratégias de infraestrutura, mas em toda a operação da igreja que combina com HCI, temos optado por Nutanix”, pontua.

Há outros projetos em vista que devem expandir a parceria com a companhia. Entre as prioridades atuais do IATec está a elaboração de um novo plano de continuidade de negócio para garantir alta disponibilidade de todos os produtos rodados na região. Como parte dos ativos da organização já rodam em plataformas da Nutanix, uma das possibilidades é que o plano seja elaborado em cima desta estrutura.

Leia mais: Era dos agentes de IA chega à nova versão do Nutanix Enterprise AI

O grupo também explora possibilidades de adoção do Nutanix Database Service, plataforma de gerenciamento de banco de dados como serviço em HCI, como alternativa para otimizar processos de TI. “Um dos pesos que temos é o custo do banco de dados, então estamos interessados nisso”, diz o CIO.

Além das novas oportunidades de parceria com o fornecedor, um programa mais amplo de modernização de infraestrutura e aplicações também está no radar, incluindo a migração de plataformas para nuvem. No horizonte, há ainda novas aplicações de inteligência artificial (IA) generativa e preditiva que devem ser exploradas pelo IATec.

A tecnologia já está em produção em algumas áreas da igreja. A “jubilação”, ou aposentadoria, já conta com uma ferramenta de IA generativa que ajuda os pastores a entender o passo a passo do processo. Professores do ensino fundamental também têm acesso a um recurso de IA para auxiliar na correção de avaliações.

Um dos planos mais ambiciosos, no entanto, se baseia na utilização de um data lake, já estruturado há três anos pela organização em Databricks, que soma mais de 30 anos de informações da organização. Os dados crus incluem, por exemplo, informações de legado, literatura oficial da igreja, manuais e conteúdo audiovisual da rede de TV Novo Tempo.

O objetivo é treinar agentes de IA capazes de responder a usuários com base nas diretrizes institucionais, trazendo mais eficiência operacional em áreas como comunicação, saúde, educação e vendas. “O céu é o limite, considerando a IA generativa. Eu posso treinar um agente e perguntar o que eu quiser. Não conseguiria nem calcular o que isso aceleraria nossa a operação.”

*O jornalista viajou a Washington a convite da Nutanix

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