Impulsionados por um ambiente digital em constante mudança, cada vez mais os CIOs se tornam responsáveis por equilibrar o crescimento empresarial com as demandas de resiliência operacional, segurança e sustentabilidade, num contexto de rápida evolução da inteligência artificial e exigências complexas de governança de dados.
De acordo com a 24ª edição da pesquisa anual State of the CIO, da Foundry, realizada com 906 gerentes de TI e 250 linhas de negócios entrevistadas, 82% dos CIOs afirmaram que seu papel está se tornando mais digital e focado na inovação. Além disso, 81% dos entrevistados concordaram que o CIO está se tornando um agente de mudança, liderando cada vez mais iniciativas de negócios e tecnologia.
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Diante desse cenário, a Softtek produziu um estudo global sobre os novos desafios deste novo perfil de CIOs, que passa a atuar como um líder estratégico responsável por impulsionar a inovação, redefinir a gestão de talentos e estabelecer a governança digital.
A seguir, confira seis desses desafios mapeados pela empresa, que moldarão o caminho para o futuro.
1) IA multimodal para tomada de decisão estratégica
A IA multimodal está revolucionando a forma como as empresas tomam decisões estratégicas ao integrar e analisar dados de várias fontes (texto, imagens, sensores, áudio etc.).
O objetivo é gerar mais insights, antecipar mudanças, otimizar processos em tempo real e oferecer experiências hiperpersonalizadas, que irão se traduzir em uma vantagem competitiva sustentável.
Neste sentido, o CIO deve liderar essa transformação, garantindo que a organização tenha uma infraestrutura de dados escalável, modelos éticos de IA e uma abordagem focada na criação de valor de negócios. Seu papel será crítico para superar desafios como a integração de dados díspares, mitigação de preconceitos e a garantia da privacidade, ao mesmo tempo em que impulsiona a adoção de ferramentas e estruturas avançadas para acelerar a implementação.
2) Gêmeos digitais do cliente: hiperpersonalização e visão preditiva
Os gêmeos digitais dos clientes permitem uma hiperpersonalização sem precedentes e uma visão preditiva capaz de antecipar necessidades e comportamentos.
Para tanto, é necessário combinar dados comportamentais, psicométrica e interação (first-party e zero-party) não apenas visando criar uma representação dinâmica e aprofundada de cada cliente em tempo real, mas também transformar a maneira como as empresas projetam e ajustam suas estratégias de engajamento.
Sendo assim, o CIO deve liderar esta iniciativa estabelecendo uma arquitetura de dados flexíveis, garantindo qualidade e privacidade das informações e promovendo a colaboração entre áreas de negócios e TI. Com isso, será possível melhorar as taxas de conversão e experiência do usuário e aumentar a fidelização e envolvimento do cliente, gerando rápida adaptação às tendências emergentes.
3) Computação emocional: computação afetiva no coração do CX
A computação emocional está reformulando a maneira como as empresas interagem com seus clientes ao permitir a interpretação e resposta às emoções humanas em tempo real por meio de dados biométricos, expressões faciais ou tom de voz.
A partir de agora, esta tecnologia permitirá entender melhor as necessidades emocionais dos usuários, antecipar suas expectativas e oferecer respostas mais humanizadas, o que se traduzirá em maior lealdade e diferenciação competitiva.
Diante disso, o CIO pode impulsionar esta transformação, orquestrando sua implantação de forma transparente e responsável, projetando modelos de governança claros e formando equipes capazes de traduzir o potencial da empatia digital em uma vantagem competitiva.
Ao garantir que a organização tenha uma infraestrutura de dados e modelos de IA escaláveis e éticos e uma abordagem focada na criação de valor comercial, seu papel será crítico para superar desafios como a coleta de dados emocionais, a garantia do consentimento informado e a criação de algoritmos que respeitem a diversidade emocional.
4) Modelos de inovação assistidos por IA generativa: criando valor em tempo real
Responsáveis por moldar como as empresas idealizam, projetam e executam oportunidades, os modelos de inovação assistida pela IA generativa estão gerando uma ampla gama de possibilidades para que o julgamento humano filtre e refine de acordo com os seus objetivos.
Esta tecnologia vai além da automação: aumenta a criatividade e tomada de decisões estratégicas, permitindo que organizações repensem seus processos de desenvolvimento de produtos e serviços, desde o conceito inicial à execução no mercado.
Nos próximos meses, a IA generativa oferecerá às empresas a capacidade de prototipar, iterar e implantar soluções rapidamente, antecipando as necessidades de um ambiente em mudança.
O CIO pode alavancar esta transformação, garantindo a adoção de metodologias ágeis e a criação de equipes capazes de colaborar com a IA sem perder o foco nas estratégias de negócios.
5) Medição dinâmica do ROI em inovação
A medição dinâmica do ROI (Retorno sobre o Investimento) na inovação redefine como as empresas avaliam o impacto das suas iniciativas, partindo de métricas estáticas para modelos baseados em dados em tempo real.
Daqui para frente, as organizações precisarão adotar tais modelos de medição, incorporando IA e análises avançadas para capturar o valor tangível e intangível da inovação.
O CIO desempenhará um papel fundamental na implementação de plataformas tecnológicas que consolidem dados de diversas fontes, apliquem metodologias ágeis para mensurar o impacto da inovação e equilibrem a lucratividade de curto prazo com a de longo prazo, com crescimento sustentável. No entanto, o desafio não é apenas tecnológico, mas estratégico: será necessário garantir que os dados coletados sejam acionáveis, alinhando a mensuração à governança e gestão.
6) Ecossistemas de dados abertos: fomentando a colaboração multissetorial
Ecossistemas de dados abertos estão transformando a maneira como as empresas, governos e setores estratégicos compartilham, analisam e utilizam informações para gerar valor.
Esses ambientes permitem a troca de dados de forma padronizada, segura e acessível, promovendo inovação, otimização de processos e o desenvolvimento de novos modelos de negócios.
Portanto, a adoção de tecnologias “Open Data” será essencial para melhorar a interoperabilidade entre setores, acelerar a digitalização e melhorar a tomada de decisão baseada em dados compartilhados.
Organizações que participarem ativamente destes ecossistemas poderão acessar informações em tempo real, detectar oportunidades de mercado e otimizar suas estratégias mais precisamente.
O CIO desempenhará um papel fundamental na integração de plataformas de dados abertos, garantindo que a empresa aproveita fontes de dados externos sem comprometer privacidade, segurança ou conformidade regulatória. Além do mais, deverá definir padrões de qualidade e governança para garantir que o uso de dados abertos seja confiável, escalável e alinhado com os objetivos estratégicos da organização.
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