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Foto lado a lado de Joana Moura, vice-presidente para Clientes Corporativos da Microsoft Brasil, e Nelson Borges, superintendente de TI do Bradesco. Joana está à esquerda, sorrindo, com cabelos castanhos escuros soltos e vestindo um casaco claro. Nelson está à direita, também sorrindo, com cabelo curto e camisa clara, posicionado diante de um fundo com detalhe vermelho.

Reconhecido por ter sido pioneiro no uso de inteligência artificial (IA) no Brasil com a criação da BIA, em 2016, o Bradesco dá agora um novo salto em sua jornada de transformação digital. A aposta atual está na aplicação de IA generativa no ciclo de desenvolvimento de software, por meio da BIA Tech, copiloto inteligente feito sob medida para apoiar os engenheiros de software do banco.

Desenvolvida em parceria com a Microsoft e baseada no Azure OpenAI Service e GitHub Copilot, a BIA Tech já conta com mais de 2 mil desenvolvedores ativos e registra cerca de 226 mil interações mensais, com meta de atingir 4 mil usuários.

A solução proporcionou ganhos de até 40% na escrita de código, 70% na migração de tecnologias legadas e redução média de 56% no ciclo de desenvolvimento em tribos que adotaram a nova stack. Além disso, elevou para 8,5 (de 10) a qualidade das histórias geradas por IA e reduziu em 23% o tempo de análise de incidentes.

“Levamos a mesma inteligência e eficiência da BIA para a área de tecnologia. A BIA Tech é fruto disso. Hoje, ela acelera tanto o desenvolvimento quanto a operação com duas frentes, o AI for Dev e o AI for Ops”, destaca Nelson Borges, superintendente de TI do Bradesco.

Copilot no desenvolvimento

O projeto começou a ser estruturado no final de 2023, com experimentações intensificadas ao longo de 2024. No início de 2025, a solução foi disponibilizada para cerca de 2 mil desenvolvedores do banco, cerca de 50% deles. Segundo o executivo, o diferencial está na forma como a IA é aplicada. Ela não apenas sugere código, mas transforma requisitos em histórias compreensíveis, elimina tarefas complexas, identifica falhas e riscos e propões soluções automatizadas.

A BIA Tech contabiliza mais de 226 mil interações mensais com o GitHub Copilot, com uma taxa de aceitação acima de 26%. “Trabalhamos para deixar claro desde o início que a IA seria uma aliada, um copiloto, e não um substituto. Isso ajudou no sucesso da iniciativa”, destaca Borges.

A aceitação é atribuída à integração fluida com as ferramentas já usadas pelos times e ao suporte da engenharia de plataforma, que vem se consolidando como um dos grandes aceleradores da transformação interna. “Nosso papel é criar ferramentas que façam o time de negócios entregar mais rápido”, resume Borges, que hoje lidera também a frente de engenharia de plataforma do banco.

Resultados e cultura ágil

A BIA Tech está presente em tribos estratégicas, como as responsáveis por produtos de crédito e portabilidade do Pix, e a adoção da IA contribuiu para reduzir significativamente o time-to-market dessas soluções. Em tribos com adoção plena da nova stack, houve média de 56% de redução no ciclo de desenvolvimento.

A jornada acontece em sinergia com a estratégia mais ampla de agilidade do Bradesco, frequentemente destacada por seu CEO, Marcelo Noronha, em apresentações a investidores. A cultura ágil e o foco em inovação ganharam impulso com a engenharia de plataforma e os multiagentes inteligentes, que deverão ser ampliados nos próximos meses.

“Estamos preparando o terreno para federar agentes de IA no banco. Em 2025, queremos que cada área tenha seu agente resolvendo problemas específicos. Essa será a próxima evolução da BIA Tech”, antecipa Borges.
Inclusão, governança e segurança

Mais do que eficiência, a IA também está ajudando a promover diversidade e inclusão. Para Joana Moura, vice-presidente para Clientes Corporativos da Microsoft Brasil, o uso de IA generativa pode “exponencializar o potencial humano”, permitindo que profissionais de diferentes formações contribuam com mais autonomia e criatividade.

“A tecnologia torna a criação de soluções mais acessível. E, em um setor tão crítico como o financeiro, é essencial que isso aconteça com segurança e responsabilidade. A parceria com o Bradesco é sólida nesse sentido, pois temos princípios de IA responsável como prioridade comum”, assinala.

Esse cuidado com governança, segundo Borges, foi fundamental para escalar o projeto com confiança. “Durante 2024, aceleramos a governança de IA, o que nos permitiu avançar com responsabilidade.”

Próximos passos do Bradesco

Com a meta de ampliar o BIA Tech para a base total de desenvolvedores do banco, cerca de 4 mil, e consolidar a fundação para um ecossistema de multiagentes federados, o Bradesco espera da IA autonomia para solucionar problemas específicos das áreas de negócios.

“Queremos que nossos engenheiros deixem de focar em tarefas repetitivas e passem a concentrar sua energia na geração de valor real para o negócio. A IA é nossa ferramenta para isso”, diz Borges.

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