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Evento corporativo "Tech Day" realizado no espaço "Panela Nestlé", com uma mulher a discursar no palco diante de um público atento. O ambiente é moderno e bem iluminado, com ecrãs a exibir o tema "Acelere para crescer". O espaço tem decoração tecnológica e branding visível da Nestlé.

A Nestlé anunciou, nesta terça-feira (27), o BeTech, plataforma de capacitação tecnológica, com foco em inteligência artificial (IA) para seus funcionários. O lançamento foi feito durante o Tech Day, evento anual de tecnologia voltado para o público interno da companhia. O encontro reuniu ainda diversos parceiros da fabricante como Microsoft, Google, AWS e Meta, com palestras sobre o uso de IA em diversas esferas.

Durante a abertura, o CIO global da organização, Alfredo Lopes, falou sobre a importância de unir a IA à rotina de trabalho e do avanço das ferramentas nos últimos anos. Ao longo do evento também foram apresentados dados sobre a expansão da inteligência artificial nas empresas, nos últimos anos. De acordo com a Microsoft, 93% das organizações estão experimentando modelos da tecnologia e 50% delas lançarão pilotos de IA agêntica até 2027.

Segundo Tamara Gussiardi, head de TI da Nestlé Brasil, a própria organização já vem realizando POCs com modelos desenvolvidos no Copilot. Todos os testes, até o momento, são voltados para uso interno, uma vez que a capacitação dos colaboradores tem sido uma preocupação constante da companhia nos últimos anos. “O nosso objetivo é que os nossos funcionários estejam mais preparados para o futuro e consigam manter um posto de trabalho, porque vamos precisar das pessoas, não tem como. Elas são peça fundamental da equação.”

Com trilhas de formação direcionadas a cada área, o BeTech buscou englobar uma base de 20 mil colaboradores no Brasil. O objetivo é que, ao longo de 2025, todos eles sejam impactados pela novidade, com os times administrativos sendo incentivados a participar de pelo menos uma nova formação com foco em aumento da produtividade. Já os operacionais terão acesso às iniciativas de digital, como treinamentos com uso de ferramentas de aprendizado.

Leia mais: Por que a adoção de IA ainda é baixa nas empresas brasileiras?

A transformação digital na Nestlé não é algo recente. Desde 2021, a organização vem introduzindo inteligência artificial, análise de dados e até metaverso em seus processos. A iniciativa para criar o BeTech surgiu da vontade de centralizar e organizar esses programas, possibilitando, assim, estabelecer uma jornada de aprendizado e incentivar os colaboradores a utilizarem a IA.

“Nós percebemos que, quando tínhamos eventos como o Tech Day, naquela semana ou nos primeiros meses, havia um boom na adoção das ferramentas, e depois entrava em uma calmaria. Então, o BeTech ajuda a manter a comunicação ativa e a distribuir pílulas ao longo do ano”, explica Tamara.

A plataforma tem ainda outra função: auxiliar a empresa no fortalecimento dos processos de compliance. Ao compreender melhor as ferramentas disponibilizadas pela Nestlé, a companhia estimula os trabalhadores a utilizá-las em vez de recorrerem a soluções abertas, como o ChatGPT, por exemplo, evitando, assim, a exposição de dados sensíveis.

Além dos programas dos parceiros, a organização se resguarda com o uso de uma ferramenta proprietária de IA generativa, o NesGPT, criado para buscas, revisão e execução de tarefas, mas com base nos dados da própria Nestlé. O objetivo é que a solução seja utilizada por, no mínimo, 6 mil funcionários ao longo do ano. Até abril de 2025, a empresa havia alcançado 5.414 usuários, com 48 mil prompts gerados.

Apesar das implementações, a executiva não vê a Nestlé se tornando uma organização AI driven, mas sim adotando a tecnologia como aliada. “A Nestlé é um ninho, temos nossos passarinhos aqui dentro, então acredito que vamos usar a IA para orientação por dados, apoio à tomada de decisão etc., mas substituí-la completamente, esse é um caminho que eu não enxergo.”

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