Um relatório divulgado essa semana pelo Instituto de Pesquisa da Capgemini (CRI) indica que as organizações já sabem do impacto ambiental crescente causado pela IA generativa. A tecnologia, como se sabe, é uma grande consumidora de energia. No entanto, essas organizações estariam falhando em acompanhar o crescimento desse impacto, o que compromete objetivos de ESG, diz a consultoria francesa.
A adoção da IA generativa acelerou no mundo, com 24% das organizações já integrando a IA generativa em funções e espaços empresariais em 2024 (eram 6% em 2023). No entanto, a tecnologia exige grandes quantidades de dados e poder computacional imenso, o que consome grandes quantidades de eletricidade, água e outros recursos.
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Quase metade (48%) dos executivos acredita que a utilização de IA generativa aumentou as emissões de GEE (gases do efeito estufa). E espera-se que essa pegada de carbono continue a crescer.
As organizações que atualmente medem o impacto de IA generativa esperam que a porcentagem de emissões impulsionadas pela IA aumente, em média, de 2,6% para 4,8% do total nos próximos dois anos. Para mitigar o problema, as organizações estão recorrendo mais a fontes de energia renováveis e a otimização da infraestrutura de IA.
Minoria preocupada
Apenas 12% dos executivos que utilizam a IA generativa afirmam que a organização mede a pegada ambiental da utilização e, de fato, apenas 38% afirmam estar conscientes desse impacto ambiental. Apenas um quinto classifica a pegada ambiental da IA generativa como um dos cinco principais fatores ao selecionar ou construir modelos, e mais da metade reconhece que incluir sustentabilidade como critério-chave na seleção de fornecedores reduziria a pegada ambiental.
Segundo o relatório, quase um terço (31%) das organizações tomaram iniciativas para incorporar medidas de sustentabilidade no ciclo de vida da IA generativa. Por exemplo, mais de metade já utiliza modelos menores e alimenta a infraestrutura com fontes de energia renováveis, ou planeja fazê-lo nos próximos 12 meses.
No entanto, com mais de três quartos das organizações utilizando apenas modelos pré-treinados e apenas 4% construindo os próprios do zero, os executivos dependem dos parceiros quando se trata de abordar a pegada ambiental da IA generativa. Aproximadamente três quartos consideram um desafio medir a pegada da tecnologia devido à transparência limitada dos fornecedores.
“Se quisermos que a IA generativa seja uma força para o valor sustentável de negócio, é necessário que haja uma discussão de mercado em torno da colaboração de dados, desenhando padrões para toda a indústria sobre como contabilizamos a pegada ambiental da IA, para que os líderes empresariais estejam preparados para tomar decisões de negócios melhor informadas e responsáveis, e mitigar esses impactos”, diz em comunicado Cyril Garcia, líder de serviços globais de sustentabilidade e responsabilidade corporativa da Capgemini.
O relatório ouviu 2 mil executivos de organizações com mais de US$ 1 bilhão em receitas anuais, em 15 países, incluindo o Brasil. Os entrevistados foram selecionados de organizações que já trabalham com GenAI. A pesquisa global ocorreu em agosto de 2024.
O relatório completo pode ser lido nesse link.
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