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Tarifas de Trump podem afetar consumo de TI nos EUA, diz S&P

By 20 de janeiro de 2025No Comments

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As tarifas de importação planejadas nos EUA pelo futuro presidente Donald Trump, incluindo aos insumos do setor de tecnologia, podem afetar o consumo desses produtos no país, apesar da demanda elevada. Isso inclui os específicos para o consumidor final, como PCs e smartphones, mas também a TI empresarial, ressalta a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) em um relatório divulgado recentemente.

Isso se deve, segundo a especialista, a grande dependência dessa indústria da China, apesar do esforço de diversificação dos últimos anos.

Apesar disso, a S&P prevê um crescimento de 9% nos gastos com TI em 2025, maior que os 8% registrados em 2024. A infraestrutura necessária para a inteligência artificial deve ser um dos drivers, o que deve inclusive gerar um movimento de crescimento de longo prazo diante da enorme demanda relatada pela indústria.

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“Apesar de um cenário macroeconômico global desigual, a maioria das classificações de emissores [de títulos] de tecnologia dos EUA permaneceram estáveis, tendência que esperamos que continue em 2025. Aproximadamente 85% dos emissores de grau de investimento têm perspectivas estáveis, enquanto créditos de grau especulativo enfrentam riscos de queda maiores”, diz em comunicado Andrew Chang, diretor de technology da S&P Global Ratings.

Segundo o executivo, empresas de semicondutores afetadas pela IA estão bem classificadas graças à forte demanda.

Há riscos, no entanto: a inflação e as taxas de juros nos EUA devem levar mais tempo para cair, diz a S&P, “dada a cautela dos bancos centrais”. A agência também acha que os investimentos em IA, embora robustos atualmente, têm o potencial de tornar a indústria de tecnologia mais volátil no longo prazo caso o crescimento da receita esperado com a IA não atenda às expectativas – o que faria os grandes data centers pararem de investir.

A S&P também espera rever graus de investimento concedidos a empresas com “perspectivas não estáveis” nos próximos 12 a 24 meses, e cita especificamente a Uber e a ON Semiconductor.

América Latina: momento positivo, condições adversas

O relatório da S&P diz pouco sobre a América Latina. Ressalta que o momento é positivo para a expansão dos negócios, mas que fatores macroeconômicos e falta de investimento na região podem prejudicar o crescimento em 2025.

E cita especificamente o Mercado Livre como “líder de mercado na região” que vai continuar a “alcançar forte crescimento”. Esse crescimento, diz a S&P, está alinhado ao movimento crescente de digitalização do comércio e dos serviços financeiros na região, “que ainda fica atrás de outros mercados desenvolvidos”.

No Brasil, a agência cita “incertezas econômicas” afetando os setores de varejo e serviços, e taxas de juros elevadas como desafios para empresas obterem crédito. Apesar disso, a S&P manteve perspectiva estável para as empresas brasileiras de tecnologia Agasus (brA-) e Positivo Tecnologia (brA).

“Acreditamos que essas empresas continuarão a ver métricas de desempenho aprimoradas nos próximos anos, mesmo em um ambiente de taxa de câmbio altamente competitivo e volátil”, diz o relatório.

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