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União da computação quântica com a inteligência artificial: uma arma poderosa

By 30 de janeiro de 2025No Comments

Um homem vestido formalmente, segurando um tablet, com elementos gráficos digitais projetados no ar. Os ícones incluem um foguete, símbolos de inteligência artificial (AI), pesquisa, gráficos de crescimento, alvos e instituições financeiras. A cena transmite inovação, tecnologia e crescimento empresarial.

O lançamento do Willow, novo chip para computação quântica do Google, em dezembro, chamou a atenção por seu poder de processamento, que superou os supercomputadores mais rápidos do mundo. Com capacidade para resolver, em cinco minutos, problemas que levariam 10 septilhões de anos, mais tempo do que a existência do próprio universo, o componente experimental aponta para uma mudança revolucionária. Unida à Inteligência Artificial, outra área emergente, a tecnologia promete transformar a forma como tomamos decisões.

De um lado, a computação quântica, ao empregar os princípios da mecânica quântica, oferece novas formas de processamento de dados, enquanto a IA visa simular capacidades cognitivas humanas para resolver problemas complexos.

Por sua vez, a IA abrange uma série de métodos, desde aprendizado supervisionado até redes neurais profundas, todos com o objetivo de permitir que as máquinas aprendam a partir de dados e realizem tarefas cognitivas. Algoritmos como redes neurais, máquinas de vetores de suporte (SVM) e árvores de decisão são amplamente utilizados em várias áreas, incluindo reconhecimento de padrões, processamento de linguagem natural e previsão de séries temporais.

Claro que o treinamento desses modelos em grandes volumes de dados é um desafio significativo, especialmente quando os métodos clássicos enfrentam limitações de tempo, de processamento e de eficiência computacional, mas suas vantagens também são significativas.

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A computação quântica baseia-se no conceito de qubits (unidades quânticas de informação), que, ao contrário dos bits clássicos, podem existir em múltiplos estados ao mesmo tempo devido ao fenômeno da superposição. Além disso, o entrelaçamento quântico permite que os qubits se correlacionem de maneiras que não são possíveis na computação clássica, permitindo a execução de cálculos paralelos em uma escala incomparável. Esses conceitos são fundamentais para a construção de algoritmos quânticos que podem superar limitações da computação tradicional.

Algoritmos quânticos, como o Algoritmo de Grover e o Algoritmo de Shor, têm o potencial de resolver problemas de busca e fatoração de forma exponencialmente mais rápida do que os algoritmos clássicos. O Algoritmo de Grover, por exemplo, pode ser aplicado à busca em grandes bancos de dados, enquanto o Algoritmo de Shor é capaz de fatorar grandes números em tempo polinomial, o que teria grandes implicações para a criptografia.

Esses avanços podem ser aplicados ao treinamento de modelos de aprendizado de máquina, permitindo uma análise de dados mais rápida e eficaz. O uso de circuitos quânticos para otimizar o treinamento de redes neurais profundas pode reduzir drasticamente o tempo necessário para o ajuste de modelos complexos.

Outra frente de oportunidade é a da representação de dados. A computação quântica pode explorar a complexidade dos dados em espaços de alta dimensão de maneira mais eficiente do que os métodos tradicionais. Isso possibilita a descoberta de padrões em dados complexos que seriam difíceis de identificar usando técnicas clássicas. A representação quântica pode ser vantajosa, por exemplo, em problemas de clusterização ou redução de dimensionalidade, onde os algoritmos quânticos podem alcançar resultados superiores ao proporcionar uma análise mais rica e profunda dos dados.

Logo, a convergência dessas duas tecnologias, com capacidade de processar informações em velocidades e volumes inimagináveis, tem o potencial de acelerar algoritmos, resolver problemas anteriormente intratáveis e gerar novas abordagens para análise e tomada de decisão, impulsionando áreas como medicina, finanças e segurança cibernética.

Apesar das promissoras sinergias, a computação quântica e a IA enfrentam alguns desafios, entre eles, o fato de ainda estarem em estágios iniciais de desenvolvimento e testes. Além disso, juntas, representam uma arma poderosa, que em mãos erradas pode representar uma grande ameaça, pois podem quebrar criptografias e comprometer dados sensíveis.

Sistemas autônomos podem ser manipulados para fins maliciosos, desde ataques cibernéticos até a criação de armas autônomas. Bem como a concentração dessas tecnologias em poucas mãos pode aumentar a desigualdade social e econômica.

Em um momento de aumento de ataques cibernéticos e em que o crime organizado digital já se utiliza de técnicas de deepfake para aplicar golpes, por certo a falta de limites e controles é preocupante.

Questões como a coerência quântica e a correção de erros precisam ser resolvidas antes que os computadores quânticos possam ser utilizados de maneira prática e escalável. A construção de um computador quântico robusto o suficiente para processar tarefas complexas de IA de forma eficiente é uma das maiores barreiras técnicas que precisa ser superada.

Sendo assim, a integração de IA em sistemas computacionais quânticos levanta preocupações éticas. A IA, por si só, já apresenta desafios em termos de viés algorítmico, privacidade e transparência. A introdução da computação quântica pode agravar esses problemas, exigindo uma abordagem mais rigorosa e transparente em relação à governança e ética de algoritmos.

Portanto, é essencial que governos, empresas e a sociedade trabalhem juntos para garantir que o desenvolvimento e a aplicação dessas tecnologias sejam feitos de maneira ética e segura. A responsabilidade é de todos nós para moldar um futuro onde a inovação tecnológica beneficie a humanidade como um todo.

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