O BR Angels, gestor brasileiro de investimentos-anjo, anunciou recentemente que estruturou o seu sétimo “batch” – ciclo de seleção e aceleração de startups – estimado em R$ 5 milhões. Pela primeira vez desde a fundação do grupo em 2019, os investidores-anjo terão como foco um segmento específico: o agronegócio.
A projeção do BR Angels é que o ticket médio dos novos aportes fique entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão por startup, valor investido para um período entre 12 e 18 meses. O grupo é composto atualmente por cerca de 400 CEOs e executivos que, além de investirem capital financeiro, apoiam as startups em outros aspectos.
O BR Angels diz ter cadastradas mais de 3 mil startups buscando investimentos. Entre 10% e 15% são ligados ao agronegócio.
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Segundo o fundador e CEO do BR Angels, Orlando Cintra, a relevância do agronegócio para o Brasil foi um dos principais motivos para definir o próximo batch. O grupo enxerga o setor como um dos mais relevantes “pilares da economia brasileira”, com potencial de crescimento e inovação em áreas como tecnologia agrícola, sustentabilidade e eficiência operacional.
“Observamos uma crescente demanda por soluções inovadoras no agro, que enfrenta desafios como mudanças climáticas, necessidade de maior produtividade e eficiência, além de práticas sustentáveis. O BR Angels possui um conjunto de participantes com vasta experiência no setor, que podem agregar valor não apenas com capital financeiro, mas também com conhecimento, rede de contatos e mentorias para as startups investidas”, diz o executivo, em comunicado.
Atualmente a BR Angels contabiliza duas startups investidas no segmento: a iRancho, dona de uma ferramenta de gestão pecuária; e a Inspectral, que promete facilitar o monitoramento ambiental, florestal, de recursos hídricos e do agronegócio de olho em aspectos ESG das companhias.
Procura por tecnologias disruptivas
Além de atuarem no agronegócio, as startups interessadas em passar pelas rodadas de investimento do grupo precisam ter tecnologias “disruptivas”, ou seja, que possam transformar o setor. Também será avaliada a escalabilidade e o modelo de negócios, que precisa ser “sólido, claro e validado, com perspectivas de crescimento rápido e sustentável”, explica o grupo.
Um time “qualificado e resiliente”, com fundadores e demais profissionais com experiência e capacidade de execução, também é considerado mandatório.
“Procuramos por AgTechs que tenham uma visão alinhada com os objetivos e valores do BR Angels e que compartilhem um pensamento de impacto positivo no agronegócio, promovendo inovação e práticas sustentáveis. Além disso, que tenham uma demanda latente por SMART, que é como chamamos a contribuição intelectual dos nossos participantes na jornada de desenvolvimento do negócio”, completa Cintra.
Após a conclusão do batch, o BR Angels diz esperar crescimento do agro no próprio portfólio. Para tal o grupo selecionou 30 membros especializados em agronegócio, entre eles Antônio Lacerda, diretor geral da CPMC Brasil; Celso Macedo, diretor geral para a América Latina na Farmers Edge; Lieven Cooreman, sócio-fundador da Strategos; e Zenaide Guerra, diretora de comunicação da dsm-firmenich para as Américas e vice-presidente do Instituto Tortuga.
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