De acordo com o Estadão, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está conduzindo uma análise aprofundada dos impactos políticos e comerciais antes de autorizar a expansão da rede de satélites da Starlink no Brasil.
O pedido da empresa de Elon Musk para ampliar sua constelação em mais 7,5 mil unidades está sob avaliação há mais de um ano. Além dos aspectos técnicos, a agência regula o setor com atenção crescente à soberania digital e à segurança de dados.
Riscos geopolíticos e soberania digital
O relator do processo, conselheiro Alexandre Freire, solicitou às áreas técnicas da Anatel que aprofundem a análise sobre questões sensíveis, como o risco de a Starlink operar sem integração com redes nacionais, roteando o tráfego diretamente para satélites fora da jurisdição brasileira. Também foi levantada a possibilidade de a infraestrutura da empresa ser utilizada como instrumento de pressão política em eventuais crises internacionais.
A preocupação da Anatel surge em meio às disputas entre Musk e o Supremo Tribunal Federal (STF) e às críticas de operadoras concorrentes, que alegam risco de congestionamento na órbita e interferência nos sinais de telecomunicação.
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Concorrência e resposta do governo
Atualmente, a Starlink lidera o segmento de internet via satélite no Brasil, com 335 mil usuários, representando 58,6% do mercado. A Hughes ocupa a segunda posição, com 170 mil clientes. Diante desse cenário, o governo federal busca diversificar os provedores.
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, esteve recentemente no Canadá para acompanhar o desenvolvimento dos satélites da Telesat. Em paralelo, o Brasil firmou um acordo com a chinesa SpaceSail para ampliar a cobertura de internet em regiões remotas, como a Amazônia.
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