O tempo impõe constantes desafios às empresas de tecnologia. Algumas encerram suas atividades, outras alteram seu foco, e poucas conseguem evoluir sem perder de vista sua proposta original. A BRQ é um exemplo dessa trajetória. Com 32 anos de atuação, a companhia que teve origem no setor financeiro hoje apoia a transformação digital de grandes organizações e passa a direcionar seus esforços para a inteligência artificial generativa (GenAI), além de avançar em sua estratégia de internacionalização.
“Nosso papel hoje é conectar os desafios dos clientes à nossa cadeia de valor. Para isso, precisamos evoluir todos os dias”, diz Rodrigo Frizzi, CEO da BRQ. À frente da empresa, ele enxerga a tecnologia não como um fim, mas como alavanca de crescimento e sofisticação. “O mercado está mais exigente, as empresas precisam modernizar com agilidade, mas sem perder de vista a governança, a eficiência e a experiência do consumidor final.”
Se o hype da inteligência artificial toma conta das empresas, na BRQ a abordagem é pragmática, garante o CEO. Desde 2020, a empresa investe em IA generativa e hoje opera com uma plataforma própria, a Fusion AI, criada para oferecer soluções de fim a fim, desde a resolução de problemas de negócio até a construção de ativos digitais.
Segundo o executivo, o diferencial está na arquitetura robusta e flexível da plataforma, que permite a orquestração de múltiplos modelos de linguagem (LLMs), ajustando a inteligência à necessidade real do cliente. “Nem sempre o problema exige o modelo mais caro ou sofisticado. Com a nossa estrutura, conseguimos selecionar o LLM mais adequado para cada desafio, garantindo eficiência técnica e econômica”, explica Frizzi.
A plataforma foi concebida com base na experiência da BRQ em ambientes de alto volume transacional, como bancos e operadoras de telecom, e já tem aplicações em empresas de diversos setores, como varejo, energia, saúde, beleza e meios de pagamento. “O mercado é comprador de tecnologia, mas quer soluções que resolvam. A IA precisa sair do hype e entrar na rotina operacional das empresas.”
Inovação com propósito e cultura de aprendizado
Para Frizzi, o segredo da longevidade da BRQ está nas pessoas, e em uma cultura que valoriza o aprendizado contínuo. “Estou sempre estudando, fazendo cursos, acompanhando tendências e aprendendo com as pessoas da BRQ. Nosso time tem um conhecimento impressionante, e esse conhecimento coletivo é o que alimenta nossas decisões estratégicas.”
Nos últimos anos, a empresa acelerou sua estratégia de inovação aberta, criando um hub com startups SaaS e fortalecendo parcerias com nomes como Amazon Web Services (AWS), Databricks, Automation Anywhere e Datadog. O objetivo é atuar como um one-stop shop para empresas que precisam escalar com agilidade e quebrar barreiras tecnológicas.
Expansão internacional e nova fase de crescimento
A internacionalização está ganhando tração. Com presença física nos Estados Unidos e um time de 60 pessoas no país, a BRQ aposta no mercado norte-americano como eixo de crescimento. “Já atuamos em projetos para Europa, América Latina e EUA a partir do Brasil, mas agora queremos fortalecer essa presença, especialmente nos Estados Unidos, com uma estratégia mais estruturada.”
A empresa também estuda movimentos inorgânicos, sem renunciar ao crescimento orgânico que sempre caracterizou sua trajetória. “Estamos trazendo profissionais do mercado para complementar o time, e avaliando oportunidades de aquisição. Nosso foco é gerar valor para o cliente e resolver suas dores com ativos digitais reais.”
No radar da BRQ
Olhando para o futuro, Frizzi aposta que o próximo salto virá da integração da IA com experiências omnichannel hiperpersonalizadas e agentes especializados. “A centralidade no cliente continua sendo norte. Vamos pisar no acelerador da inovação que realmente transforma a jornada do consumidor final.”
Nos próximos dias, a BRQ lançará ainda um novo posicionamento de marca, resultado de um processo iniciado há dois anos. “Evoluímos muito nesse período. A nossa essência continua a mesma: entender a dor do cliente e entregar soluções digitais robustas e orientadas a dados. Mas agora temos mais clareza sobre como comunicar essa proposta de valor ao mercado.”
Se depender da visão de Frizzi, os próximos 30 anos da BRQ serão tão transformadores quanto os primeiros. “As dores dos nossos clientes movem tudo o que fazemos. E enquanto houver desafio, haverá espaço para inovar”, encerra.
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