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Fundadores da Budz
Rafael Rojas, Jaimes Almeida Neto e Rodrigo Gomes, fundadores da Budz (Foto: Divulgação)

Criada com a missão de ajudar tutores a cuidarem de seus pets, a Budz agora vive um momento de expansão. Após pivotar para o modelo B2B, a empresa agora foca no aprimoramento do produto e na ampliação da base de usuários, com a meta de alcançar mais de 500 mil deles até o fim do ano.

Liderada por Rodrigo Gomes, Jaimes Almeida Neto e Rafael Rojas, a plataforma nasceu com foco no B2C, oferecendo modelos freemium e assinaturas para os tutores de cães e gatos. O app reúne conhecimento e recursos essenciais para o cuidado responsável dos pets, como telemedicina veterinária, soluções de gestão de saúde e rotina, além de uma ferramenta de IA que responde dúvidas de forma personalizada. Também conta com mais de 140 trilhas sobre adestramento, alimentação, saúde e comportamento, com dicas e técnicas para educar os pets e orientar seus tutores de maneira simples, eficaz e positiva.

Com o tempo, a startup observou um interesse crescente por parte de empresas interessadas em oferecer o app da Budz como um benefício corporativo. Afinal, já ficou para trás o tempo em que vale-refeição, academia e plano de saúde bastavam para atrair talentos. Hoje, as companhias estão indo além para conquistar e reter seus colaboradores, oferecendo desde sala de jogos e bônus por desempenho até clube de descontos, vale-cultura e sessões de massagem.

Nesse cenário, algumas empresas passaram a enxergar no app da Budz um benefício com potencial para se tornar o favorito dos colaboradores. “O mercado de benefícios vive uma grande revolução, mais flexibilidade e novas categorias. Ao mesmo tempo, as novas gerações vêm construindo uma relação diferente com os pets, considerando-os parte da família”, destaca o cofundador Jaimes Almeida Neto. “Por isso, muitas pessoas enxergam o benefício pet como uma forma de a empresa demonstrar cuidado com sua família estendida.”

O mercado potencial é grande, dado que o Brasil tem a terceira maior população pet do mundo, com estimativas que variam entre 150 e 160 milhões de animais de estimação – mais de três vezes a população do estado de São Paulo. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o mercado pet brasileiro movimentou R$ 75,4 bilhões em 2024, um crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior.

Saúde e engajamento

Um dos diferenciais da Budz no mercado, segundo seus fundadores, está no segmento de atuação. Eles explicam que, enquanto a maioria dos players oferece produtos tradicionais, como o seguro pet, que dependem de uma rede de clínicas credenciadas e áreas de cobertura limitadas, a solução da Budz é 100% digital e disponível para tutores em qualquer lugar, oferecendo mais alcance e flexibilidade.

Rodrigo Gomes, CEO da Budz, destaca que os pets têm impacto direto na saúde dos seres humanos. Por isso, ao oferecer uma plataforma que facilita os cuidados com os animais de estimação, as empresas também promovem mais responsabilidade e bem-estar para toda a família. 

Uma pesquisa realizada pela Petz, em parceria com o instituto IMO Insights, revelou que 47% dos tutores consideram seus pets grandes aliados no combate ao estresse. Outros 36% afirmaram que os animais também ajudam no controle da ansiedade e da depressão, enquanto 27% disseram que contribuem para o aumento da autoconfiança. O levantamento ainda apontou outros benefícios, como a motivação para a prática regular de atividades físicas, maior estabilidade emocional,  reforço da rotina e da estrutura diária, estímulo à interação social e até a redução da pressão arterial.

“O Brasil, assim como muitos outros países, enfrenta uma grave crise de saúde mental, e as empresas têm buscado soluções que promovam mais estabilidade e bem-estar no ambiente de trabalho”, afirma Rodrigo. “Empresas que adotam um posicionamento pet-friendly e benefícios para pets pensam em engajar, reter e atrair essa geração, que se preocupa muito mais com o emocional do que as anteriores”, completa.

A Budz ainda não revela o número exato de clientes corporativos, mas afirma atender desde empresas com 15 colaboradores até aquelas com mais de 50 mil funcionários.

Visão de futuro

Embora a plataforma continue aberta ao público em geral, que pode acessar a versão freemium ou optar pela assinatura completa, o foco da startup agora está no mercado corporativo. Hoje, com pouco mais de um ano de operação, já conta com mais de 150 mil usuários – e a promessa é crescer cada vez mais.

“Nosso foco para 2025 é aprimorar o produto, com prioridade para inteligência artificial”, revela Rafael Rojas. “Já estamos buscando avanços tecnológicos importantes. Temos alguns agentes de IA mapeados que gostaríamos de integrar aos nossos serviços, além de avançar com nossos conteúdos próprios.”

Além disso, a Budz espera aprimorar o treinamento da IA e aumentar a veracidade das respostas a partir dos feedbacks dos clientes e de conteúdos especializados, principalmente aqueles fornecidos por estudos e médicos veterinários. A expectativa para o segundo semestre é incorporar as orientações desses profissionais à ferramenta, oferecendo um suporte mais preciso ao tutor, especialmente em atendimentos sobre temas específicos relacionados ao pet.

Além disso, a empresa pretende investir em artigos científicos e agentes de IA especializados no mercado pet. “Já existem players que atuam diretamente com veterinários, disponibilizando informações e direcionais fundamentados em uma base sólida que orienta o caminho a ser seguido”, explica Rafael. “Essa estratégia garante alinhamento com o que o tutor verá durante a telemedicina: as informações disponíveis na plataforma serão mais coerentes e alinhadas com o conteúdo que o profissional transmitirá, em vídeo, durante a consulta.”

O roadmap para o segundo semestre também inclui investimentos em equipe, CRM e máquina de vendas. “O grande objetivo é alcançar o maior número de usuários possível”, afirma Jaimes Almeida Neto. “A estratégia B2B tende a trazer um volume maior, pois será distribuída em bases de clientes muito grandes. Portanto, esperamos chegar ao fim do ano com mais de 500 mil usuários na plataforma.”

Além dos benefícios corporativos, a solução da Budz também é oferecida como Serviço de Valor Agregado (SVA), um serviço adicional oferecido por uma empresa além do produto ou serviço principal, muito comum nos setores de telecomunicações e bancos digitais. “Muitas empresas já estão em conversa conosco para agregar a solução pet aos serviços que já oferecem hoje. Isso pode elevar rapidamente o patamar de escala dos nossos usuários”, completa Rodrigo Gomes.

A princípio, os planos serão financiados com recursos próprios, já que a empresa não tem intenção de realizar uma nova rodada de investimento no momento. Desde a sua criação, a Budz captou R$ 3,5 milhões por meio de investidores-anjo e uma rodada follow-on. Esse aporte inicial foi destinado ao desenvolvimento da tecnologia proprietária, à estruturação do time e a investimentos em marketing.

“Tudo vai depender dos próximos capítulos. Com essa pivotada para o B2B, temos identificado inúmeras oportunidades de crescimento. A possibilidade de uma nova captação dependerá da evolução no B2B, se faz sentido realizar uma série A para escalar essa operação ou continuar com bootstrapping com o que a gente tiver de resultado nos próximos meses”, conclui o CEO.

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