Prestes a completar o seu primeiro ano de vida, a Elephan.AI já tem muito o que comemorar. Lançada oficialmente em junho de 2024, a startup conseguiu gerar receita desde o primeiro mês, ultrapassou a marca de 60 clientes, alcançou reconhecimento global e, agora, prepara-se para expandir os negócios e captar uma nova rodada ainda este ano.
“O primeiro ano foi muito focado em fazer o básico de forma excelente”, conta Thais Sterenberg, CEO da empresa, ao Startups. Ex-analista de marketing da Nestlé e ex-gerente sênior de growth marketing B2B do QuintoAndar, ela conheceu seu sócio, Henrique Machado (cofundador da Ramper), durante o programa de residência da Antler, que apoia empreendedores em estágio inicial na criação de suas startups.
Juntos, eles desenvolveram uma plataforma de inteligência de receita para empresas B2B no Brasil. A solução enriquece automaticamente leads no CRM a partir de dados externos e gera insights sobre o pipeline de vendas, integrando-se nativamente aos principais CRMs do mercado. Além disso, realiza análises do funil de vendas, cruzando informações quantitativas com dados coletados nas reuniões e no processo de enriquecimento.
O objetivo é ajudar empresas a acelerar a geração de receita, apontar riscos e oportunidades em cada negociação, prever conversões, avaliar o desempenho da equipe e liberar os times de tarefas operacionais, aumentando a produtividade. Para isso, a ferramenta também grava, transcreve e resume reuniões online e presenciais sem a necessidade de robôs dentro da call, além de identificar as principais objeções e sugerir a melhor forma de conduzir follow-ups.
“Consolidamos em um único produto todas as funcionalidades que são imprescindíveis para uma operação, principalmente de marketing, vendas e customer service”, destaca Thais. A proposta atraiu um investimento da própria Antler, que aportou US$ 125 mil ao final do programa de residência.
Em outubro, com apenas quatro meses de operação, a Elephan.AI venceu a premiação da Growth Conference. “Na época, já tínhamos mais de 50 ou 60 clientes pagantes”, revela a CEO. Thais atrela a rápida tração da empresa ao conhecimento de seus fundadores. “Tanto eu quanto o Henrique já sabíamos das dores do mercado. Então, criamos um produto muito assertivo desde o início, com canais de aquisição proprietários”, pontua.
A trajetória dos empreendedores também ajudou. Henrique, como cofundador da martech Ramper, já havia passado por todo o processo de criação e desenvolvimento de uma empresa de base tecnológica. A Ramper, inclusive, captou R$ 8 milhões da DOMO.VC em 2021. Já Thais, além de ter liderado a área de marketing de grandes empresas, cofundou a comunidade Mulheres de Growth, focada em promover a troca de experiências e a aceleração de carreira de mulheres na área.
Visão de futuro
Recém-chegada do Egito, onde foi uma das 10 finalistas do Aurora Tech Award com a Elephan.AI, Thais compartilha os próximos passos do negócio. “Daqui para frente, entramos em um modelo mais robusto de machine learning. A ideia é que a plataforma aprenda cada vez mais com os dados e informações consolidadas, aprimorando a predição e a automação de tarefas”, conta. Ela destaca o potencial dos agentes de IA, que podem auxiliar na previsão de resultados do funil de vendas, no forecast individual por vendedor e no impulsionamento das métricas de conversão.
A expectativa é triplicar a base de clientes até o fim do ano, acompanhada por uma evolução do ticket médio. “Inicialmente, a Elephan.AI atendia principalmente pequenas e médias empresas, já gerando valor para elas desde o primeiro dia. Hoje, o perfil dos clientes é bem diferente, com grandes empresas passando a nos procurar, o que mostra que estamos no caminho certo e entregando valor para todos os perfis”, afirma Thais. Ela acrescenta que a startup opera quase 100% por meio de estratégia inbound.
“A gente acredita que a venda, especialmente na América Latina, acontece por relacionamento. Ter uma boa relação com seus pares, sua liderança e seu time contribui para melhor atender o cliente e entregar um produto mais alinhado às suas necessidades, com uma experiência e jornada de compra superiores”, avalia a CEO. “Somos uma empresa de dados, mas nossa essência é de relacionamento. Não olho apenas para o desempenho do vendedor, mas para a qualidade do cliente, porque é ele quem nos mostra como podemos atendê-lo da melhor forma para aumentar as chances de conversão. Somos uma empresa de growth, que olha para toda a esteira de receita. Por isso, temos uma proposta de valor que abraça mais áreas, não só vendas e CS, mas também marketing, aquisição e produto”, explica Thais.
Com uma base majoritariamente de clientes brasileiros, Thais já enxerga na Elephan.AI o potencial de se tornar global. “A plataforma já está pronta”, afirma. “O mercado de Revenue Intelligence ainda é pouco explorado fora dos Estados Unidos, e muita gente ainda confunde o conceito com inteligência de reuniões. O Revenue Intelligence é a inteligência da jornada da receita, uma forma de reunir o melhor da categoria que já existe no mercado com a visão brasileira de relacionamento e geração de receita”, pontua.
Para acelerar os planos, a Elephan.AI pretende levantar uma nova rodada de investimentos ainda este ano.
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