A Comissão de Proteção de Informações Pessoais da Coreia do Sul (PIPC) concluiu que a startup chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek transferiu dados pessoais de usuários locais para empresas na China e nos Estados Unidos sem o devido consentimento. A investigação, revelada nesta quinta-feira (24) e noticiada pela CNBC, aponta falhas graves de transparência e segurança no uso de dados pelo aplicativo de chatbot da companhia.
A DeepSeek, que retirou seu app das lojas sul-coreanas em fevereiro após recomendação da PIPC, coletou e enviou informações sensíveis, como conteúdo de prompts de IA, dados de rede e dispositivos, para parceiros estrangeiros sem comunicar os usuários.
Um dos principais destinatários foi a Beijing Volcano Engine Technology, empresa de nuvem chinesa que, apesar de ser associada à ByteDance (dona do TikTok), é descrita pela PIPC como uma entidade legal separada.
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Pressão internacional e riscos geopolíticos
A investigação da Coreia do Sul ocorre em meio a preocupações globais com a segurança dos dados em apps ligados à China. Como lembrou a CNBC, países como Taiwan, Austrália e Estados Unidos também adotaram medidas restritivas ao uso do DeepSeek por funcionários públicos.
A empresa teria afirmado que os dados eram usados para melhorar a segurança e a experiência do usuário, mas a transferência de prompts de IA foi interrompida somente no dia 10 de abril, de acordo com a autoridade coreana.
Medidas corretivas e exigências legais
Entre as exigências feitas pela PIPC à DeepSeek estão a destruição imediata das informações já transferidas e o estabelecimento de protocolos legais para envio de dados pessoais ao exterior. O app só poderá retornar às lojas locais após cumprimento das regras.
O caso expõe a tensão entre inovação e governança no setor de IA — especialmente em contextos geopolíticos sensíveis. O modelo R1 da DeepSeek, que chamou atenção mundial por rivalizar com soluções ocidentais de alto desempenho, agora levanta sérias dúvidas sobre sua aderência às normas de proteção de dados, reforça a CNBC.
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