A plataforma de ensino online Coursera revelou recentemente que as mulheres representam 32% das matrículas globais em seus cursos de IA generativa – no Brasil o número é ainda menor: 26,6% dos alunos. O número, segundo a empresa, reflete esforços para aumentar a participação feminina em STEM – acrônimo em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática -, mas também revela uma grande lacuna de gênero também no domínio da tecnologia emergente.
Os dados fazem parte de um relatório, o Fechando a Lacuna de Gênero nas Habilidades de IA generativa, voltado para enfrentar essa lacuna de gênero nas habilidades de IA generativa no Brasil. O “playbook”, como é chamado, detalha estratégias para capacitar mais mulheres e destaca a necessidade de esforços contínuos para construir um ambiente de IA mais inclusivo.
Em 2024, o Brasil registrou aumento superior a 1.000% nas matrículas para cursos de IA generativa, diz a Coursera. Alexandra Urban, líder de pesquisa em ciência da aprendizagem da empresa, diz que o rápido crescimento da IA generativa no Brasil apresenta “uma oportunidade única de reduzir as lacunas tradicionais de gênero na tecnologia”.
“Abordar desafios como lacunas de confiança, relevância na carreira e acessibilidade capacitará mais mulheres a aproveitar o IA generativa, promover a inovação e impulsionar a transformação digital e o crescimento econômico do Brasil”, diz a executiva.
Recomendações
O material identifica os principais desafios que devem ser enfrentados. São eles:
Lacunas de confiança
Mulheres muitas vezes hesitam em participar de cursos de IA generativa devido à falta de confiança, mesmo quando possuem as habilidades necessárias, diz a Coursera. Na plataforma, as mulheres têm seis vezes mais chances de se inscrever em cursos para iniciantes do que em cursos intermediários, indicando preferência por pontos de entrada estruturados e acessíveis.
Tempo limitado e diretrizes pouco claras
Muitas mulheres citam “falta de tempo” como o principal motivo para interromper cursos de STEM, refletindo a dificuldade de equilibrar responsabilidades de cuidado e o trabalho. Além disso, a incerteza sobre como a IA e o IA generativa se aplicam às carreiras pode levar à hesitação. A ausência de caminhos de aprendizagem claros e políticas de IA por parte dos empregadores só agrava o problema.
Percepção de falta de relevância
Apenas 36% das mulheres acreditam que o IA generativa pode impulsionar suas carreiras, contra 45% dos homens. Essa diferença de percepção desestimula a capacitação. As mulheres têm mais chances de se engajar quando o IA generativa é apresentado por meio de aplicações práticas em saúde, educação ou indústrias criativas.
Estudos de caso do mundo real e cursos interdisciplinares de IA generativa têm se mostrado eficazes no aumento das taxas de participação e conclusão.
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