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Elon Musk e Donald Trump em um comício de apoio ao candidato republicano J.D. Vance na Pensilvânia, EUA. Trump sorri ao fundo enquanto Musk, com boné e camiseta, faz gestos com as mãos ao falar ao microfone, com uma multidão ao fundo.

As ações da Tesla caíram 14% nesta quinta-feira (5/6), refletindo o embate cada vez mais público entre Elon Musk e o presidente dos EUA, Donald Trump. A tensão aumentou depois que a nova proposta de orçamento do governo retirou incentivos a veículos elétricos e adicionou taxas anuais aos motoristas de carros da categoria, medidas que impactam diretamente os negócios da montadora.

O atrito, amplamente exposto nas redes sociais, marca um rompimento entre Musk e Trump, que vinham mantendo uma relação de proximidade desde que o bilionário assumiu um cargo temporário no chamado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) da atual administração. Após o fim da função, Musk passou a criticar duramente o novo projeto de lei fiscal, chamando-o de “aberração”.

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Tensão política, prejuízo de mercado

Segundo a CNBC, Trump insinuou que poderia cortar contratos do governo com empresas lideradas por Musk, como SpaceX e Tesla, alegando que o empresário teria “perdido o controle” após perder apoio da administração. O presidente também confirmou que retirou o mandato que incentivava a compra de veículos elétricos, o que, segundo ele, Musk já sabia.

Enquanto isso, o CEO da Tesla reagiu com ironias e ataques, afirmando que foi essencial para a vitória republicana nas últimas eleições legislativas e insinuando que apoiadores do projeto sofreriam retaliações políticas.

Os investidores não reagiram bem. A queda de hoje se soma a um recuo de 17% acumulado na semana. No ano, as ações da Tesla já desvalorizaram mais de 25% e estão bem abaixo do pico registrado em dezembro de 2024.

Tesla enfrenta mais do que uma crise de imagem

Além da turbulência política, a Tesla enfrenta desafios operacionais importantes. As vendas caíram em mercados estratégicos na Europa e a marca tem perdido reputação diante da concorrência crescente, como Waymo, que já opera um serviço comercial de robotáxis em Austin, Texas, área em que a Tesla ainda testa seu modelo autônomo.

A companhia também sofre pressão para lançar, ainda este mês, um aguardado serviço de transporte 100% autônomo, além de lidar com críticas internas por conta da influência política de Musk e das tensões com o governo, que recentemente retirou a indicação de Jared Isaacman para a chefia da NASA, decisão que teria irritado profundamente o empresário.

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