
De Mountain View, Califórnia* – Em tempos de vacas magras no mercado de venture capital, a chegada de um novo nome na praça disposto a assinar cheques é uma grande notícia. E é sob esse contexto que nasce o Entrypoint, um novo fundo que quer investir R$ 40 milhões em startups no estágio pre-seed.
A iniciativa nasceu da junção de um fundo que estava sendo montado por Paulo Braga (ex-Wayra, Grupo Boticário e Eurofarma), com o braço de investimento que Rodrigo Terron estava montando para a sua NewHack. Ao unir forças, eles aumentaram suas ambições e o plano é liderar ou fazer coinvestimentos que cheguem a R$ 800 mil, e representem até 70% da rodada da startup. Com isso, o portfólio tende a ficar com algo entre 20 a 30 startups. “Existe um espaço para investimento pre-seed feito de forma mais institucional”, defende Paulo.
Outra oportunidade, segundo ele, é apostar em saídas mais rápidas, ou early exits, para ter liquidez – e obviamente retornos – mais rápidos. “Nos EUA, um quinto das startups têm saídas por meio de IPOs. No Brasil, isso acontece mais por M&A. Quando o mercado evoluir e chegar a esse ponto, será ótimo. Mas hoje o early exit faz sentido”, explica.
Com uma estrutura em Delaware que está em fase final de estruturação, o fundo já tem três aportes negociados. De acordo com Rodrigo, nos últimos seis meses, foram avaliadas 200 empresas. Os aportes podem ser feitos no Brasil e também fora. Um diferencial que a Entrypoint pretende explorar para atrair os fundadores é o modelo de comunidade.
O dealflow para investimentos vem das conexões dos fundadores no Brasil e fora, e o plano é usar duas outras formas de captação: os programas da NewHack e a proximidade com a academia.
A Entrypoint tem relacionamento com 12 ligas de empreendedorismo de todo o Brasil e já fez três eventos em universidades. “Estive na Universidade da Paraíba e me mudaram de local três vezes porque foi aparecendo mais e mais gente para participar”, conta Rodrigo. A proximidade com as universidades está alinhada com uma das teses do fundo, que é investir em startups de deep tech. O segmento começa a se desenvolver no Brasil e a Entrypoint quer pegar esse crescimento desde o começo.
O fundo ainda está em fase de captação e o plano é chegar ao alvo de R$ 40 milhões nos próximos seis meses. Entre os investidores estão fundadores de companhias que já foram vendidas para empresas como o PicPay e engenheiros que atuam em empresas do Vale do Silício. Seguindo Terron, o objetivo é aproveitar não só os recursos financeiros dessas pessoas, mas também suas experiências e conhecimento. “Estamos usando muito as horas deles”, brinca.
*O jornalista viajou a convite da BSV
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