Francisco Massaro é o novo superintendente de tecnologia da informação da Elis para a América Latina. Ele assumiu o cargo em abril com a missão de integrar as operações de TI da companhia na região, que hoje atua de forma descentralizada em cinco países. A meta é criar uma estrutura única, com governança comum e maior alinhamento com a matriz francesa.
“Minha missão é criar uma identidade única para a área de tecnologia da informação na região. Hoje, cada país opera com sistemas e processos próprios”, afirma Massaro, em entrevista exclusiva ao IT Forum.
A Elis fornece serviços têxteis para hospitais, indústrias e redes hoteleiras. Desde uniformes até enxovais hospitalares, o modelo de negócio depende de precisão logística e disponibilidade contínua. Para o executivo, a tecnologia é parte do núcleo da operação. “Se o uniforme não chega, a fábrica para. Se o enxoval não está limpo, o hospital não pode funcionar. A TI entra aí. Não como suporte, mas como parte do core do negócio.”
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Massaro chega ao cargo após passagens por Unilever, PepsiCo e Ingredion. Com mais de 20 anos de experiência, já atuou tanto em iniciativas de inovação aberta quanto em projetos operacionais de larga escala. Agora, busca equilibrar os dois mundos: “Na transformação digital, muitas vezes estamos escrevendo o futuro. Em TI, também precisamos garantir o presente.”
Da Unilever à torre de controle
A carreira começou com funções técnicas até o ingresso na Unilever, em 2007, onde teve a primeira vivência em gestão regional de TI. Na companhia, foram seis anos de atuação em projetos e gestão.
Na PepsiCo, liderou a implantação da torre de controle de transportes — um projeto brasileiro que se tornou piloto global. Atuando como business partner da operação de supply chain, acompanhou a rotina de dezenas de fábricas e centros de distribuição no país. “É a tecnologia que viabiliza tudo acontecer dentro do prazo.”
Já na Ingredion, o executivo ficou responsável pela área de transformação digital para a América do Sul. Trabalhou com ciência de dados, inovação aberta e experimentações com tecnologias emergentes. “Era uma atuação mais disruptiva, menos preocupada com o curto prazo e mais voltada para provocar a cultura da organização.”
Pessoas no centro
Nos primeiros meses na Elis, Massaro deve priorizar a regionalização da TI e o alinhamento com a matriz da empresa. A meta é elevar o nível de maturidade da área com foco em governança, integração de sistemas e melhoria de processos.
Além da trajetória corporativa, o executivo também mantém atuação acadêmica. Desde abril de 2024, é professor e coordenador do MBA em Agritechnology da FIAP. O programa é o primeiro da América Latina a integrar tecnologias digitais com os princípios da Indústria 5.0, voltada à inovação digital centrada nas pessoas. “Das oito às cinco, eu uso a tecnologia para desenvolver negócios. À noite, uso a educação para desenvolver pessoas”, diz.
Para ele, formar novos líderes é parte essencial do papel executivo. “Líder não deve formar seguidores, mas outros líderes. Gosto de trabalhar com clareza sobre talentos, sucessão e engajamento”, afirma. “Autonomia e desenvolvimento caminham juntos.”
Com mais de 50 mil colaboradores em 28 países, a Elis opera no modelo de “têxtil como serviço”, em que entrega, coleta, higieniza e gerencia itens têxteis para hospitais, hotéis e indústrias. No Brasil, atende nomes como Hospital Albert Einstein, Accor e Meliá.
“Nosso negócio é garantir que nada pare — nem o hospital, nem a fábrica, nem o hotel”, resume Massaro. “E a tecnologia tem que estar pronta para isso.”
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