Em mais três anos, ou seja, até o fim de 2027, quatro a cada dez (40%) das empresas de energia e utilities implementarão operadores orientados por inteligência artificial (IA) em salas de controle. Isso, segundo a consultoria americana Gartner, reduziria riscos de erro humano, mas aumentaria vulnerabilidades de segurança em sistemas ciberfísicos.
Um relatório recentemente lançado pela empresa – o Gartner CIO and Technology Executive Survey – indicou que 94% dos CIOs de energia e utilities planejam aumentar investimentos em IA em 2025. É um crescimento médio dos gastos de 38,3%.
“A tomada de decisão humana é fundamental, mas também é um fator significativo nos acidentes industriais. As operações orientadas por IA oferecem uma solução convincente, executando tarefas com repetibilidade, precisão e sem vieses quando governadas de forma eficaz”, pondera em comunicado Jo-Ann Clynch, analista diretora sênior do Gartner.
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Segundo a consultoria, o setor de energia e utilities está fazendo uma transição do modelo tradicional de ativos graças à tecnologia. A futura descentralização do setor, por conta do modelo de energia distribuída, com painéis solares e armazenamento de energia, permitirá o que o Gartner chama de ‘comportamentos circulares dinâmicos”, com ativos de propriedade dos clientes incluídos na rede.
“Os CIOs de energia e utility devem se concentrar na criação de operações inteligentes para integrar esses ativos em seu ecossistema digital”, diz Clynch. “Investir em infraestrutura e análise de dados, fazer a transição para serviços baseados em nuvem e se preparar para a integração de IA nas operações da sala de controle os ajudará a ter sucesso nesse novo cenário competitivo.”
Riscos de segurança
O Gartner ressalta, no entanto, que a implementação de operadores orientados por IA em salas de controle traz novas vulnerabilidades de segurança ciberfísica. Isso exige um investimento “significativo” em medidas de segurança e conformidade com as regulamentações em evolução nos países.
“As empresas devem estabelecer barreiras de proteção, como controle de acesso e aplicação de escopo, para a implementação de suas ferramentas de IA e os dados que elas podem acessar”, aconselha Clynch. “Os CIOs devem desenvolver uma estratégia de IA alinhada com as metas de negócios, apoiada por fortes estruturas de governança e segurança, e garantir o treinamento da força de trabalho e as atualizações de infraestrutura para gerenciamento e escalabilidade eficazes.”
O Gartner aconselha CIOs de energia e utilities a se concentrarem em três grandes prioridades: primeiro, aumentar eficiência operacional com um plano abrangente de integração de IA; depois, fortalecer a segurança implementando práticas de segurança avançadas e invistindo em medidas adaptadas a sistemas de IA, inclusive com segurança aprimorada por tecnologias quânticas e auditorias regulares; e por último promover colaboração entre humanos e IA treinando as equipes da sala de controle.
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