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Fachada do prédio da emissora Globo, com logotipo visível na lateral do edifício. A construção é moderna, com detalhes em concreto e elementos verticais coloridos na parede lateral. Há várias antenas parabólicas no topo do prédio. A rua em frente está repleta de carros estacionados e algumas árvores proporcionam sombra. Ao fundo, é possível ver morros e vegetação típica do Rio de Janeiro. (globo, tv globo)

A Globo está usando inteligência artificial generativa em um chatbot para atender assinantes do serviço de streaming Globoplay – e com isso economiza R$ 10 milhões por ano. A tecnologia também está gerando legendas automáticas e audiodescrição, o que trouxe mais R$ 5 milhões economizados somente em 2024.

Os dados foram apresentados por Bruno Souza, diretor de inteligência artificial da empresa, durante o TDC Summit São Paulo, realizado essa semana.

A IA está sendo usada pela Globo em áreas como atendimento ao consumidor, publicidade, criação de conteúdo e operações internas. O uso da tecnologia inclui agentes conversacionais em áreas como RH, marketing e negócios, e uma plataforma de geração de criativos com IA voltada a pequenos e médios anunciantes.

Segundo Souza, o Globoplay já personaliza conteúdo e anúncios com base em dados de comportamento e modelos de recomendação desenvolvidos internamente. Na área de criação, a empresa está criando seu próprio LLM, treinada com roteiros, para dar feedbacks e sugestões aos roteiristas durante o desenvolvimento de histórias.

Três fases

A trajetória da Globo com IA começou em 2014 com o Projeto Big Data, que estruturou o primeiro data lake da empresa e permitiu experimentações em produtos digitais. Em 2018, com a unificação das operações digitais e televisivas, a Globo adotou conceitos de data mesh, desenvolvendo produtos de dados.

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Desde então, a companhia passou a tratar IA como parte da estratégia, com investimentos em infraestrutura, automação e capacitação. Em 2023, intensificou ações de letramento sobre IA generativa em todas as áreas. “Passei o ano inteiro fazendo road shows dentro da empresa para mostrar as possibilidades e desmistificar o uso da IA”, contou Bruno.

Atualmente, a Globo opera mais de 130 projetos de IA, com iniciativas que vão da recomendação de ofertas à automação de processos logísticos nos estúdios. Modelos de machine learning e análises preditivas são usados para prever churn, sugerir upgrades de planos e otimizar inventário publicitário.

Agentes autônomos

O próximo passo da Globo, segundo o executivo, é estruturar um ecossistema baseado em agentes autônomos para replicar fluxos de produção. A empresa testa esse modelo atualmente na produção do Globo Esporte, mapeando tarefas humanas e as transformando em fluxos programáticos. O objetivo declarado é criar uma plataforma com controle centralizado, modelos customizados e colaboração entre agentes.

“A ideia é ter uma IA que não só execute tarefas, mas que consiga entender e coordenar o trabalho de outros agentes”, disse.

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