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IA é destaque nos principais eventos de tecnologia em março: líderes do setor debatem desafios e soluções

By 29 de abril de 2025No Comments

Ilustração conceitual de inteligência artificial (IA), com um chip central destacado com a sigla "AI" conectado a diversos circuitos e ícones digitais de documentos e dados. Ao fundo, o contorno de um rosto humano em estilo digital e elementos gráficos representando tecnologia, dados e conectividade. A imagem transmite a ideia de processamento de informações e automação através da inteligência artificial (dados, ia, inteligencia artificial, data, integração, integridade)

Por André Sih

A inteligência artificial tem sido o principal motor da transformação digital da indústria 4.0. Considerada por muitos como a maior revolução tecnológica na história, ela não apenas aprimora a precisão das análises e viabiliza operações autônomas, mas também integra técnicas avançadas como deep learning e machine learning, que estão redefinindo padrões de eficiência e inovação. O mercado de IA deve crescer com uma taxa anual de 29% até 2032, segundo a consultoria Fortune Business Insight. Essa rápida escalação impulsiona empresas de todo o mundo e desafia a sociedade a se adaptar a um mundo cada vez mais automatizado.

Não é uma surpresa esse potencial. Em 2004, enquanto cursava meu mestrado em engenharia de Inteligência Artificial, já vislumbrava as transformações que essa tecnologia poderia trazer. Desde então, acompanhei de perto essa evolução, observando os primeiros avanços em redes neurais até o atual boom da IA generativa. O potencial da IA ainda está longe de ser totalmente explorado, e cada nova descoberta amplia suas aplicações em setores como saúde, indústria, finanças, energia e muito mais. O que antes parecia futurista, agora é realidade.

Durante o mês de março participei de imersões nesse universo, acompanhando os principais eventos do setor de inovação e tecnologia nos Estados Unidos. Entre eles, destacam-se o SXSW, um dos maiores festivais de inovação, tecnologia, música e cinema do mundo; o CERAWeek, a principal conferência global sobre energia, tecnologia e sustentabilidade; o GTC NVIDIA, evento anual da big tech focado em inteligência artificial, computação de alto desempenho e gráficos avançados; e a Distributech, o maior evento sobre tecnologia para redes elétricas e infraestrutura energética.

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Diante de todos os insights absorvidos, uma coisa é certa: a inteligência artificial tem se expandido para o cerne de diversos setores, impulsionando tendências emergentes que redefinem nosso futuro. Uma delas, destacada por Amy Webb no Tech Trends Report 2025, é a ascensão da “Inteligência Viva”, resultado da convergência entre IA, biotecnologia e sensores avançados. Embora pareça algo complexo, essa evolução está cada vez mais presente em nossa realidade, abrindo caminho para sistemas de computação mais rápidos e adaptáveis, inspirados no funcionamento do cérebro.

Entre os avanços desse conceito, destacam-se os sistemas autônomos de IA, que operam e colaboram sem intervenção humana, aprendendo e tomando decisões de forma independente para otimizar processos em tempo real. Além disso, o uso de linguagens não humanas para a comunicação entre máquinas permite que dispositivos interajam de forma mais eficiente, sem depender de códigos programados por humanos, tornando as conexões entre sistemas mais rápidas e precisas.

Outro ponto a ser destacados são metamateriais, que surgem como uma revolução na engenharia de materiais, sendo projetados para manipular ondas de luz, som e calor de maneiras inovadoras. Tal aspecto possibilita avanços em telas holográficas, camuflagem ativa e maior eficiência energética. Esses avanços demonstram como a fronteira entre tecnologia e biologia está se tornando cada vez mais tênue, trazendo novas possibilidades para inovação e transformação digital.

Outro avanço que acompanha essas tecnologias é a integração de sensores físicos, possibilitando o controle ativo e em tempo real, que permite que máquinas reajam instantaneamente a mudanças no ambiente. Esses dispositivos utilizam sensores industriais que ajustam automaticamente a produção para maximizar a eficiência.

Para que toda essa dinâmica ocorra de forma eficaz, é essencial contar com um suporte abrangente em diversas frentes. No que diz respeito ao desempenho, o treinamento e inferência de modelos de IA, Jensen Huang, CEO da NVIDIA, revelou a nova geração da arquitetura Blackwell, com os chips B100/B200, prometendo ganhos massivos nessa área. Além do aumento significativo de poder computacional, a empresa reforça o compromisso com eficiência energética e escalabilidade para data centers, garantindo que esses avanços sejam sustentáveis e acessíveis para diferentes aplicações. Afinal, a IA também está transformando como as empresas de energia operam.

A arquitetura Blackwell também traz suporte a modelos multimodais, que possibilita que a IA processe informações a partir de diferentes formatos, como texto, vídeo e áudio, expandindo suas capacidades de compreensão e resposta. Também introduz agentes de IA autônomos, sistemas inteligentes capazes de executar tarefas de forma independente, adaptando-se ao contexto e tomando decisões sem intervenção humana.

Dessa maneira, vemos a ampliação das possibilidades de automação. Com essas inovações e muitas outras soluções, a NVIDIA pavimenta o caminho para um futuro em que a inteligência artificial será ainda mais integrada ao nosso cotidiano.

Nesse caminho, as soluções brasileiras de IA para as distribuidoras de energia também têm se demonstrado com uma competitividade notável, ainda pensando em relação às soluções desenvolvidas globalmente e nos Estados Unidos, que recebem mais investimentos. Essa competitividade não se limita apenas ao aspecto de custo, mas também abrange a evolução tecnológica, maturidade das soluções e capacidade de operar em larga escala. Devido à estrutura do mercado brasileiro, onde o setor de distribuição de energia é predominantemente centralizado em grandes grupos e corporações, as operações tendem a ser mais robustas e integradas, facilitando uma adoção mais estruturada e eficiente da IA em diversas aplicações.

Um estudo recente publicado pelo El País em abril de 2025 destaca que a América Latina, incluindo o Brasil, está em um ponto de inflexão no que diz respeito à adoção da IA. A pesquisa enfatiza que a integração da IA pode transformar significativamente a economia e o emprego na região, aumentando a produtividade e promovendo o desenvolvimento sustentável. No entanto, ressalta também a necessidade de investimentos em infraestrutura digital e formação tecnológica para que esses avanços sejam plenamente aproveitados.

Além disso, a crescente atenção à regulamentação da IA na América Latina, especialmente no Brasil, reflete um esforço para equilibrar a inovação tecnológica com a proteção de direitos e a promoção da transparência. Essa abordagem regulatória, inspirada em modelos europeus, busca garantir que as soluções de IA sejam desenvolvidas e implementadas de maneira ética e responsável, reforçando a posição competitiva do Brasil no cenário global. Dessa forma, o Brasil se destaca por suas iniciativas próprias, consolidando-se como um player relevante no cenário internacional de inteligência artificial.

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