O mercado de aberturas de capital de empresas de tecnologia nos Estados Unidos, que viveu um longo período de estagnação desde 2022, finalmente começa a dar sinais concretos de recuperação.
A estreia da plataforma de investimentos eToro na Nasdaq nesta semana, com ações subindo quase 29%, reacendeu o otimismo entre investidores e startups. A CoreWeave, especializada em infraestrutura para inteligência artificial (IA), também surpreendeu em seu primeiro relatório como empresa pública, com crescimento de 420% na receita.
De acordo com reportagem da CNBC, o entusiasmo vinha crescendo no início do segundo mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas uma política abrupta de tarifas sobre importações em abril causou um novo baque no mercado, levando empresas como Klarna e StubHub a adiarem seus IPOs.
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Com a sinalização de retomada, outras empresas voltaram à pista. A fintech Chime protocolou seu prospecto nesta semana, após ter congelado os planos por causa do impacto das tarifas. A Omada Health, da área de saúde digital, também entrou com pedido para abrir capital. E na próxima semana, a expectativa se volta para a estreia da Hinge Health, avaliada em cerca de US$ 2,4 bilhões.
Otimismo para IPOs
Para a líder de IPOs das Américas na Ernst & Young, Rachel Gerring, o mercado “vai voltar, é uma questão de quando, não de se”. Segundo ela, a pausa de 90 dias nas tarifas mais rígidas e a redução temporária de tarifas sobre a China contribuíram para a retomada do otimismo, embora a incerteza continue alta.
Outro destaque da semana foi a mudança da Galaxy Digital, empresa de ativos digitais, da bolsa de Toronto para a Nasdaq, na tentativa de ampliar a base de investidores nos Estados Unidos. Já a Cerebras, fabricante de chips de IA, confirmou que obteve liberação do Comitê de Investimentos Estrangeiros dos EUA (CFIUS) e pretende seguir com o IPO ainda em 2025.
Apesar das boas notícias, especialistas alertam que a recuperação completa ainda depende da chegada de empresas maiores e com alto potencial de crescimento. Como aponta Rachel, “o mercado de IPOs tende a ser um dos últimos a se recuperar, dado o risco envolvido. Mas estamos caminhando na direção certa”.
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