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“Juntar duas culturas fortíssimas é um dos meus maiores desafios”, diz CEO da Positivo S+

By 31 de janeiro de 2025No Comments

Imagem de Carlos Mauricio Ferreira, CEO da Positivo S+, sorrindo, usando terno e gravata, em um ambiente corporativo

Em dezembro passado, a Positivo Tecnologia anunciou o lançamento da Positivo S+, unidade de negócio resultante da aquisição, por R$ 235 milhões, da Algar Tech MSP pela gigante paranaense de tecnologia. A compra, concluída em junho de 2024, foi a maior da história da Positivo.

Além dos serviços gerenciados de TI adquiridos da Algar Tech, a nova divisão também engloba a Positivo Tech Services, operação de tecnologia lançada em 2022. O resultado é uma organização que já nasce com números impressionantes: mais de 6 mil funcionários e operações em 16 países da América Latina, incluindo Brasil, México, Colômbia e Argentina. No segmento, a Positivo S+ já figura entre as dez maiores empresas da região.

À frente da operação está Carlos Mauricio Ferreira, ex-CEO da Algar Tech MSP. O executivo assume a liderança da Positivo S+ no Brasil e América Latina com a ambição de posicioná-la entre as três principais empresas do mercado de infraestrutura e serviços de tecnologia da região, competindo com gigantes como Stefanini, Sonda e Kyndryl.

Alcançar essa meta não será uma tarefa fácil e – como conta o executivo em entrevista ao IT Forum – o desafio começa internamente. “Lançar uma nova marca não é simples. Unir as qualidades da Algar Tech com as da Positivo Tecnologia em uma única empresa é um grande desafio”, compartilha o CEO da Positivo S+. “Um dos meus maiores desafios como líder dessa organização é integrar duas culturas fortíssimas.”

Desde a conclusão da aquisição, a Positivo Tecnologia estabeleceu um plano de integração das operações dividido em quatro fases: estabilização da incorporação, unificação da área de Managed Services Provider (MSP), integração comercial e estratégias de venda cruzada. A primeira etapa foi concluída ainda em 2024, enquanto as demais serão implementadas ao longo de 2025.

Como destaca Ferreira, embora a Positivo S+ tenha pouco tempo de existência, ela carrega a experiência de 25 anos da Algar Tech e os 35 anos da Positivo Tecnologia. Para integrar esses legados de forma harmoniosa, a companhia tem trabalhado de perto com áreas como recursos humanos e endomarketing para estabelecer a base da nova cultura organizacional.

“Queremos reunir o que há de melhor para aprimorar ainda mais nosso desempenho junto aos clientes”, enfatiza o CEO. “Nosso cuidado é garantir que esse investimento traga os resultados esperados”, brinca.

Estratégia de crescimento

Com a incorporação da Algar Tech MSP, a participação dos serviços de TI dentro da Positivo Tecnologia saltou de 8% para aproximadamente 18%. A ambição é que essa unidade represente um quinto do total até 2030. O caminho para atingir essa meta, diz Ferreira, passa pelo foco em um portfólio mais enxuto e eficiente.

Na disputa com concorrentes do setor, o executivo reconhece que há rivais com portfólios mais abrangentes e ofertas que vão além da Positivo S+, em áreas como aplicações, por exemplo. Em sua visão, entretanto, a aposta em um portfólio mais focado, apoiado nas forças da Positivo, é a melhor estratégia para entregar soluções mais “inteligentes e menos custosas”. “Nós somos uma empresa de infraestrutura de TI”, afirma. “Quando entregamos isso com preço adequado e performance superior, somos percebidos pela ótima qualidade.”

Após um 2024 de investimentos reduzidos em algumas áreas, Ferreira se mostra otimista quanto ao mercado de tecnologia em 2025 e enxerga diversas oportunidades de crescimento. Segmentos como infraestrutura, segurança e digital workplace estão entre os principais.

Leia também: Positivo anuncia notebooks de IA para segmento corporativo e instituições públicas

A estratégia da organização é apostar no potencial de vendas cruzadas para expandir sua atuação e gerar novas oportunidades dentro da base de mais de 160 clientes já existentes. “Acreditamos que clientes que adotam uma das nossas famílias de produtos tenderão a adquirir soluções de outras linhas. O crescimento virá do cross-sell, com a venda de novas soluções para nossa base”, explica.

A área de digital workplace é um exemplo disso. Enquanto liderava a Algar Tech MSP, relembra o executivo, a empresa oferecia uma série de serviços para trabalho remoto, mas não tinha acesso aos dispositivos. Hoje, na Positivo, esses serviços podem ser integrados ao hardware da companhia, resultando em uma oferta de ponta a ponta.

O mesmo ocorre com os data centers. A Algar Tech MSP possuía um portfólio completo de serviços para centros de dados, mas carecia de servidores. A Positivo S+, por sua vez, combina ambos. “Essa complementaridade do portfólio é um diferencial competitivo. Nossos concorrentes, quando oferecem essa solução, geralmente recorrem a fabricantes terceirizados, o que adiciona margens extras. Como consequência, seus preços acabam sendo mais elevados que os nossos.”

Falando em concorrência, o executivo reitera que há empresas com portfólios mais amplos e ofertas que extrapolam a atuação da Positivo S+ em áreas como aplicações. No entanto, ele defende que o foco em um portfólio otimizado é uma vantagem estratégica da Positivo, permitindo entregar soluções mais eficientes e acessíveis.

“Nós somos uma empresa de infraestrutura de TI”, reforça. “Os clientes compreendem a importância desse pilar. Não se consegue rodar uma aplicação com uma infraestrutura frágil. Então, quando entregamos essa base com preço adequado e performance superior, somos reconhecidos pela excelente qualidade.”

Próximos passos

No seu plano de integração, a Positivo S+ está agora em um processo de unificação das equipes de back-office, respeitando as diferenças operacionais entre as áreas. As equipes jurídicas já foram integradas, enquanto as áreas financeira, de marketing e TI estão em fase de consolidação. Esse movimento, segundo o CEO, ocorre com cautela para garantir que o negócio mantenha sua independência e continue operando de forma eficiente.

Paralelamente, a empresa está iniciando estudos estratégicos para a segunda fase da integração comercial. O foco está no desenvolvimento de um plano conjunto de go-to-market, voltado tanto para clientes governamentais quanto corporativos. A ideia é consolidar a oferta de serviços de forma integrada, ainda que a fusão completa dos portfólios esteja prevista apenas para o final do ano.

Outro objetivo da companhia é o desenvolvimento de novas ofertas dentro do portfólio. Um dos exemplos está na área de inteligência artificial. “Temos investimentos em IA há muito tempo, mas queremos ir além. Queremos nos tornar um parceiro estratégico na implantação e no suporte às estruturas de IA das corporações. Para isso, estamos estudando alianças importantes com os principais provedores e big techs, a fim de nos posicionarmos como um grande aliado em serviços”, afirma o CEO.

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