A Meta anunciou, nesta terça-feira (29), o lançamento da API do Llama, plataforma para o desenvolvimento de aplicações com o modelo de linguagem aberto da organização. A divulgação foi realizada durante o LlamaCon, primeiro evento dedicado ao projeto.
Ainda em versão prévia e com acesso restrito, a API do Llama permitirá a criação de chaves de acesso em diferentes versões do modelo de linguagem, incluindo os padrões Llama 4 Scout e Llama 4 Maverick, apresentados no início deste mês, além da adaptação de versões anteriores do Llama. A plataforma oferecerá suporte para implementações em Python e TypeScript, além de ser compatível com o SDK da OpenAI.
Em seu discurso de abertura, Chris Cox, CPO da Meta, destacou a relevância das plataformas open source e a transformação na reputação desse modelo de desenvolvimento nos últimos dois anos. “Desde que lançamos o Llama, pudemos presenciar uma mudança na forma como as pessoas enxergam o open source. É bom ver que ele é valorizado agora e que apostamos nessa tecnologia”, declarou.
A declaração foi reforçada pelo CEO da Meta, Mark Zuckerberg, e pelo cofundador e CEO da Databricks, Ali Ghodsi, que também participou do evento. Ao longo da conferência, ambos os executivos compartilharam suas visões sobre o mercado de inteligência artificial e as possíveis novas tendências impulsionadas pelo código aberto. Segundo Ghodsi, o progresso da IA só é viável graças ao modelo aberto. “Costumo dizer que, no futuro, todos os modelos serão abertos — só não sabemos disso ainda”, afirmou.
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Durante a conversa, Zuckerberg também afirmou que tem investido cada vez mais no desenvolvimento de inteligência artificial por voz, que ele acredita ser o futuro. Os executivos de alto escalão ainda discutiram as possibilidades de uma nova abordagem para a criação de plataformas open source, com funcionalidades de reasoning tracking, e comentaram sobre o crescimento das destilações de modelos no último ano.
Foi a partir desse último tema que a Meta direcionou seus esforços para desenvolver a versão 4 do Llama, um modelo com a máxima performance possível em pacotes mais compactos. Além disso, a companhia apresentou duas novas ferramentas para o treinamento visual de IA: a Locate 3D e o Perception Encoder.
“Acreditamos em uma transição dos treinamentos e comandos baseados em texto para aqueles realizados de forma visual. A IA vai, cada vez mais, aprender e interagir com o mundo da mesma maneira que nós fazemos”, declarou o CPO, Chris Cox.
A Meta também aproveitou a ocasião para garantir aos seus clientes que não utiliza os prompts criados por usuários no treinamento de seus sistemas de IA. Recentemente, a empresa anunciou que passará a utilizar dados de usuários europeus das plataformas Facebook e Instagram para treinar seus modelos de inteligência artificial.
Novas parcerias
Junto com os anúncios do Llama 4, a Meta também comunicou duas novas parcerias com a Cerebras e a Groq, ambas empresas norte-americanas especializadas em inteligência artificial. A companhia ainda divulgou uma nova integração do Llama Stack com os microsserviços Nvidia NeMo, além de colaborações com organizações como IBM, Red Hat, Dell Technologies, entre outras que serão anunciadas em breve.
Brasil em destaque
Em sua primeira edição, o LlamaCon também revelou os vencedores do Llama Impact Grants, programa da Meta com o objetivo de fomentar a inovação. Representando o Brasil, a ONG Nova Escola foi selecionada para integrar a lista dos 10 projetos internacionais que receberão uma bolsa para impulsionar seus trabalhos.
Com o prêmio, a Nova Escola dará continuidade e ampliará sua ferramenta AlfaTutor, desenvolvida com base no Llama. A solução auxilia professores na criação de planos de aula personalizados para a alfabetização, adaptados às necessidades específicas de cada aluno, e pode ser acessada mesmo em regiões com conectividade limitada. Além do Brasil, outras regiões como Índia, Turquia, África Subsaariana e México também tiveram projetos contemplados pelo programa.
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