
O Pix foi lançado em plena pandemia, em novembro de 2020, e desde então vem transformado a forma como os brasileiros lidam com pagamentos. Desde o fim do TED e DOC, até a redução no uso de dinheiro físico, a modalidade de transferências instantâneas agora está ocupando espaços até então dominados pelos cartões de crédito.
O estudo “O Novo Perfil do Consumidor Digital”, publicado pela Koin e Datafolha em maio, revela que o Pix deixou de ser apenas um meio de pagamento instantâneo — a ferramenta se consolidou como protagonista de uma transformação cultural e econômica no Brasil.
Em meio a esse cenário, o Pix Parcelado, com lançamento previsto para setembro de 2025, surge como a nova fronteira de acesso ao crédito no país.
Fenômeno Pix
De acordo com o levantamento, o Pix é o principal instrumento financeiro para 33 milhões de pessoas, com 84% dos consumidores online usando a modalidade regularmente e um salto de R$ 1,7 trilhões para R$ 2,4 trilhões em volume transacionado em apenas um ano.
O cartão de crédito segue como segunda opção mais usada, com 67% de adesão em 2024. Outras formas de pagamento também mantiveram presença significativa:
- Débito online ou transferência bancária: 36%
- Pagamento na entrega: 27%
- Serviços de pagamento online (como o PayPal): 26%
- Boleto bancário: 24%, embora com tendência de queda em relação a anos anteriores
Além disso, 7 em cada 10 transações bancárias no país já são realizadas por dispositivos móveis (o que representa um aumento de 251% entre 2019 e 2023). Nesse contexto, a possibilidade de parcelamento surge como uma solução atrativa.
A pesquisa mostrou que 72% dos consumidores demonstram interesse pelo Pix Parcelado — número expressivo, principalmente entre aqueles que não têm cartão de crédito, limite disponível ou histórico financeiro formal. Por outro lado, apenas 33% dos varejistas conhecem a modalidade, demonstrando um abismo entre a demanda do público e a oferta no mercado.
Crédito sem cartão
O Pix Parcelado é uma modalidade que permite ao consumidor dividir o valor de uma compra em prestações, mesmo utilizando o sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central. É como se fosse um “crédito sem cartão”.
Na prática, o consumidor realiza o pagamento através do Pix, mas o valor total é quitado por uma instituição intermediadora, que assume o risco da operação e recebe o valor parcelado ao longo do tempo.
O funcionamento do Pix Parcelado pode variar conforme a fintech ou plataforma envolvida. No Nubank, por exemplo, o Pix Parcelado permite ao cliente fazer uma transferência via Pix mesmo sem saldo na conta, com a possibilidade de parcelar o valor em até 12 vezes. O valor é transferido imediatamente para o destinatário, enquanto o pagamento das parcelas é feito nas próximas faturas do cartão de crédito Nubank. Por se tratar de uma operação de crédito, há juros, e o valor parcelado pode comprometer parte do limite disponível no cartão
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