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Ricardo Brandão, CEO da Skyone: ‘não se sobrevive mais sem dados integrados’

By 18 de fevereiro de 2025No Comments

Foto de Ricardo Brandão, CEO da SkyOne, sorrindo enquanto está em pé com os braços cruzados em um ambiente de escritório moderno e colaborativo. O espaço ao fundo é movimentado, com várias pessoas trabalhando em mesas compartilhadas, e uma parede decorada com grafites e ilustrações vibrantes, criando uma atmosfera descontraída e criativa

A inteligência artificial subiu a régua de tecnologia para organizações de todos os tamanhos e áreas de atuação. Pequenas e médias empresas (PMEs) não são exceção. Se antes era possível  que elas “sobrevivessem” mesmo sem uma estratégia de organização de dados, hoje, essa realidade já está se transformando.

A leitura é de Ricardo Brandão, CEO da Skyone. Em conversa com o IT Forum, o executivo apontou que uma jornada de dados que inclua a integração, higienização e conexão dos dados privados é o passo essencial para uma estratégia de IA efetiva – e para a saúde de qualquer companhia que queira ser bem-sucedida nos próximos anos.

“O que nós vimos a partir de 2024 – e que deve acelerar com muita velocidade nos próximos três anos – é que a IA vai mudar o jogo”, pontua o executivo. “Sem dados organizados e sem uma estratégia orientada à tecnologia, a empresa vai ficar no meio do caminho.”

A tendência de crescimento das ferramentas de integração e inteligência de dados foi identificada também em um estudo encomendado pela SkyOne à empresa de pesquisa de mercado IDC. O relatório aponta que a taxa de crescimento anual composta dos softwares de integração de dados será de 8,4% entre os anos de 2022 e 2027. Para as ferramentas de inteligência de dados, a taxa de crescimento anual composta prevista é de 10,9% no mesmo período.

Os resultados são puxados, em parte, pela crescente conscientização, entre as empresas, de que abrir seus bancos de dados de maneira segura e implementar uma governança robusta pode preparar os dados para serem consumidos por tecnologias de machine learning (ML) e inteligência artificial (AI), possibilitando uma inovação de vanguarda.

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Lauro de Lauro, COS da Skyone, ecoa o ponto. Na sua avaliação, empresas que não tiverem seus dados “prontos” devem perder o que chamou de “a primeira grande onda da IA”, caracterizada pelo avanço da integração de agentes para avançar processos de automação, trazer melhorias operacionais e ganho de escala. Estar nessa onda, ele diz, é garantir a sobrevivência do negócio.

“Não adianta achar que, hoje, ter inteligência artificial é estar na vanguarda. Só é vanguarda porque todo mundo está começando. Mas o negócio é conseguir resolver um problema de negócio. É isso que vai dar ROI, é isso que vai dar escala e que vai fazer a empresa crescer”, indica.

Ainda este ano, continua o executivo, uma segunda onda de IA também já começará a impactar organizações, marcada pela interação entre múltiplos agentes, que resolvem problemas de forma coordenada. Diferente da primeira onda, focada em agentes independentes para automação, essa nova fase prioriza a aplicação de IA generativa em casos de uso específicos, ampliando ganhos operacionais e capacidades preditivas conforme os agentes se multiplicam e interagem.

“O momento é de especialização dos agentes e dessa multiplicidade de agentes conversando para um resultado maior ou mais eficiente”, explica. “O que vai acontecer é que cada bloco desse também vai gerar inteligência. E quando esses agentes começarem a conhecer mais o comportamento da empresa, a predição fica mais precisa”.

Estratégia em plataforma

A jornada de preparação de dados para aproveitar o avanço da IA, é claro, não é simples para PMEs. A Skyone está de olho nessa oportunidade.Fundada em 2013, a empresa brasileiro de serviços de TI voltou sua atenção para a aceleração da IA nos últimos anos e volta sua estratégia para apoiar PMEs nesse cenário turbulento da tecnologia. Em 2023, a companhia unificou sua abordagem de produtos em uma única plataforma, integrando ofertas de computação em nuvem, dados e cibersegurança. O objetivo, diz Brandão, é “traduzir” o desafio da IA para ajudar clientes a tirar valor da tecnologia.

Um dos exemplos que cita é o setor de varejo de alimentos. Com uma cadeia de suprimentos completa, que movimenta muitos produtos e capital, o segmento ainda conta com um nível baixo de maturidade tecnológica, e busca apoio para implementar uma estratégia de IA que se converta em ROI.

“Para o dono do supermercado, a IA é muito interessante. Mas se no final das contas não ajudá-lo a vender mais, reduzir custos ou a trazer mais clientes, ela vai ser uma mera brincadeira”, diz. “Não vou falar em LLM, RAG, ETL ou em data lake. O papo é: seu cliente vai entrar na loja e você terá uma hiperpersonalização”, explica.

Em novembro passado, a companhia anunciou o Skyone Studio, plataforma de low-code em nuvem que pode se conectar aos dados privados de clientes para organizá-los. A partir daí, a ferramenta permite a criação e operação de agentes de IA em múltiplas LLMs de mercado, incluindo Llama, ChatGPT e DeepSeek.

No pouco tempo desde que foi lançado, o Studio já se tornou uma das ofertas principais da estratégia da companhia. “Ele vai ter uma relevância bem grande dentro dessa jornada ao longo deste ano, impulsionando cloud, dados e segurança com esse tema de IA”, conta o CEO, que tem a meta de manter um ritmo de crescimento de 50% neste ano. Em 2024, a Skyone chegou “muito perto” dos R$ 400 milhões de receita recorrente, sendo quase um quinto dela vinda de mercados internacionais.

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