Nos bastidores da transformação digital, onde eficiência e inovação definem o ritmo, uma nova ameaça silenciosa está emergindo: o Shadow AI, ou seja, o uso de ferramentas de inteligência artificial sem a aprovação das empresas. Assim como o Shadow IT – prática que envolve o uso de tecnologias em nuvem não autorizadas e fora do controle corporativo – que trouxe desafios significativos para as equipes de tecnologia na última década, o Shadow AI surge como uma evolução desse problema, ampliando os riscos à segurança cibernética de organizações de todos os tamanhos.
Mas o que é, afinal, o Shadow AI? Ele pode ser definido como o uso não autorizado ou descontrolado de ferramentas e tecnologias baseadas em inteligência artificial por indivíduos ou equipes dentro de uma empresa. Em um mundo onde soluções como ChatGPT, MidJourney e outros sistemas de IA estão ao alcance de qualquer usuário, é fácil entender por que essas ferramentas começam a aparecer fora dos limites estabelecidos pelo departamento de TI.
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Caixa de pandora tecnológica
Se por um lado o uso de ferramentas de IA pode acelerar processos, criar eficiência e resolver problemas em tempo recorde, por outro, ele também abre as portas para uma série de vulnerabilidades. Dados confidenciais podem ser inseridos inadvertidamente em plataformas de terceiros sem qualquer garantia de privacidade. Além disso, o uso não supervisionado de modelos de IA pode resultar em decisões enviesadas ou mesmo em ações que infringem regulamentos, como o GDPR ou a LGPD.
A questão mais alarmante do Shadow AI é como ele amplifica as ameaças de segurança cibernética. A falta de controle sobre as ferramentas utilizadas pode levar a vazamentos de dados, expondo informações sensíveis em plataformas externas, e a riscos de compliance, dado que o uso de IA sem aprovação ou controle pode violar leis de proteção de dados. Além disso, a superdependência de ferramentas não homologadas cria uma “zona cinzenta”, onde processos críticos ficam fora do controle corporativo.
De fantasma a aliado: como gerenciar o Shadow AI
Para enfrentar essa nova realidade, as empresas precisam de uma abordagem proativa, que contenha os riscos do Shadow AI. A educação contínua, com treinamentos para conscientizar os colaboradores sobre os riscos das ferramentas de IA, é essencial. Também é crucial realizar auditorias regulares para mapear e identificar o uso de tecnologias de IA dentro da organização, independentemente de serem autorizadas ou não. Ademais, políticas e diretrizes claras devem ser desenvolvidas para orientar o uso dessas ferramentas, priorizando soluções homologadas e seguras. O alinhamento constante com o departamento de TI garante visibilidade e controle sobre as tecnologias utilizadas, enquanto boas práticas de proteção de dados evitam exposições acidentais em plataformas de IA.
Apesar de seus desafios, entender a Shadow AI também oferece uma oportunidade única: ao iluminar essa zona de sombra podemos entender como os funcionários estão tentando resolver problemas ou criar eficiências. Em vez de adotar uma postura punitiva, as empresas podem usar esses insights para implementar soluções de IA oficiais que atendam às demandas internas de forma segura e eficiente.
A inteligência artificial pode parecer uma força descontrolada, mas com as ferramentas e a mentalidade certas, ele pode ser domado e transformado em um aliado poderoso. Afinal, o futuro da inovação depende de encontrar o equilíbrio entre segurança e criatividade. Cabe às organizações decidirem se a AI será um fantasma assombrando seus sistemas ou uma força motriz para um futuro mais inteligente e seguro.
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