Na serra catarinense, onde natureza e inovação se encontram, a tecnologia ganha um novo propósito: regenerar. Em meio a esse cenário, o IT Forum, a convite da Simpress, acompanhou de perto uma iniciativa que transforma responsabilidade ambiental em ação concreta.
A Simpress, empresa de outsourcing de equipamentos de TI, convidou o IT Forum para ir até Lages (SC) a fim de acompanhar de perto como a tecnologia pode, e deve, caminhar lado a lado com a sustentabilidade. Na cidade, o IT Forum visitou a sede da NDD Tech, multinacional catarinense parceira da Simpress na execução do programa Carbon Neutral, e conheceu a fazenda do CEO Valmir Tortelli, onde mais de 32 mil árvores já foram plantadas como parte do projeto de reflorestamento ambiental.
A proposta do projeto é neutralizar a pegada de carbono gerada pelo consumo energético de equipamentos como notebooks, smartphones, coletores de dados e impressoras locados pela Simpress a grandes empresas em todo o Brasil e fora dele. Desde março de 2023, quando o programa foi lançado, até janeiro deste ano, já foram compensadas 20,8 mil toneladas de CO₂, com expectativa de dobrar o número de árvores reflorestadas até junho de 2025.
Hoje, a empresa gerencia mais de 700 mil dispositivos em 2,8 mil clientes ativos e quer ir além. “Nosso compromisso é chegar a 2030 com 100% da base instalada neutralizada”, afirma Georgia Rivellino, diretora de Marketing, Produtos e Soluções da Simpress.
Segundo a executiva, o projeto surgiu a partir do fortalecimento de uma visão mais ampla sobre o papel da tecnologia na sustentabilidade. “Entregamos não só o hardware, mas toda uma camada de serviços e gestão de dispositivos. Desde o início, com iniciativas como a ISO 14001 de reciclagem, já tínhamos um DNA sustentável, mas queríamos dar um passo além e facilitar a vida dos nossos clientes para que eles focassem em ser empresas mais sustentáveis também”, explica.
Sustentabilidade para os negócios
Essa visão é compartilhada também pelos clientes da Simpress. Renata Maniero, CIO da Alcoa, destaca que a estratégia de TI precisa estar 100% ligada aos negócios. “Começamos há anos com o descarte correto de toners das impressoras. Para nós, buscar inovação é o nosso DNA. Gostamos de ser pioneiros em tudo”, afirma.
Segundo ela, o projeto traz ainda mais a visão de que área de TI tem um papel muito maior do que apenas de suporte. “Queremos ser parceiros estratégicos para os negócios. A jornada é longa, mas passos como esse contribuem muito, agregam valor e mostram impacto real”, complementa.
Renata ainda reforça a importância das parcerias nesse processo de evolução: “Precisamos trabalhar com parceiros que também estejam focados em sustentabilidade e inovação. Não é uma jornada que se faz sozinho”, ressalta.
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Reflorestar é só o começo
A visita incluiu a propriedade pessoal de Valmir Tortelli, CEO da NDD Tech, onde o projeto Green Carbon toma forma. Em 2 mil hectares de terra, mais de 32 mil árvores já foram plantadas estrategicamente para compensar o CO₂ gerado pelos clientes da Simpress. O programa conta com a validação do Forest Stewardship Council (FSC) e um rigoroso laudo técnico de sequestro de carbono.
“Não basta vender tecnologia. Precisamos vender propósito junto”, disse Tortelli ao IT Forum, enquanto caminhava pelas trilhas da sua fazenda.
Para Georgia, o desafio é fazer com que a sustentabilidade seja um valor enraizado na cultura empresarial. “Se a pauta ambiental ficar apenas no discurso de marketing, perde sua força. A transformação precisa ser coletiva, com ‘patrocinadores’ em todas as áreas da companhia para criar uma verdadeira conscientização em todo o ecossistema”, pontua.
Alcoa e a neutralização em escala
A Alcoa, gigante global do setor de alumínio, foi pioneira ao neutralizar as emissões de carbono geradas por mais de 8 mil dispositivos, entre desktops, notebooks, monitores e impressoras. Para Moisés Correa, gerente de Tecnologia e Automação para América Latina da companhia, o projeto foi uma oportunidade de alinhar metas ambientais com inovação tecnológica.
“A adesão ao programa gerou uma visão diferente para o nosso time de TI, no sentido de ir além da entrega somente de hardware e software. Agora, também entregamos uma solução diferenciada, que é a neutralização do consumo elétrico dos equipamentos”, afirma Correa.
Segundo ele, a Simpress impulsionou o mesmo movimento para engajar outros times globais e fornecedores a buscar soluções similares dentro da organização.
Além da Alcoa, empresas como Dasa, Cobasi, Hermes Pardini e Havan também aderiram rapidamente ao programa, mostrando que responsabilidade ambiental e escala podem, e devem, caminhar juntas.
Cálculo que transforma
Outro diferencial do programa está na simplicidade da adesão. Em 2024, foi lançada a Calculadora de CO₂, desenvolvida pela NDD Tech em parceria com a Simpress. Qualquer empresa pode acessar a ferramenta, informar seu parque de TI e receber o cálculo exato do número de árvores necessárias para neutralizar sua pegada de carbono.
“A ferramenta surgiu da demanda real dos nossos clientes por soluções práticas e confiáveis de ESG”, explica Georgia. “O que o cliente contrata é muito mais do que um equipamento; é uma solução que já inclui a gestão do impacto ambiental. A calculadora veio para tornar esse processo ainda mais transparente e acessível”, completa.
A empresa já planeja dobrar o número de árvores plantadas até o final deste ano como parte da sua meta de expansão do Carbon Neutral.
Tecnologia, impacto e educação
Além do avanço no reflorestamento, a Simpress também aposta em outras frentes ligadas à sustentabilidade. A companhia já atua com descarte correto de equipamentos, remanufatura de peças e reaproveitamento de componentes, práticas que se conectam diretamente à economia circular e ao conceito de descarbonização.
“A aceleração da agenda de sustentabilidade nas empresas, impulsionada por acordos globais como o Acordo de Paris e até projetos de lei nacionais mostra que sustentabilidade é uma responsabilidade compartilhada e inevitável. A iniciativa privada tem um papel crucial nesse movimento, e nosso projeto vem ao encontro desse novo momento de regulamentação e transformação corporativa”, conclui Georgia.
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