As startups do Brasil receberam um volume de investimentos 50% maior em 2024, alcançando R$ 13,9 bilhões distribuídos em 366 rodadas (ou “deals”, no jargão do setor) – bem mais que os R$ 9,3 bilhões registrados um ano antes. O valor é considerado “surpreendente” pela Liga Ventures, consultoria que analisa o mercado e que lançou, essa semana, o estudo Ecossistema 2024.
“O ano de 2024 surpreendeu com um crescimento relevante nas transações com startups em relação a 2023. Os resultados do último ano trazem duas mensagens importantes: o aumento do interesse dos investidores estrangeiros no Brasil e um movimento de consolidação de mercado”, diz em comunicado Daniel Grossi, cofundador da Liga Ventures.
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Segundo o especialista, o crescimento de 50% foi “puxado” por companhias mais maduras, que captaram acima de R$ 100 milhões em rodadas de venture capital internacionais. “Outro sinal de consolidação é o crescimento no número de aquisições de startups, que foi mais que o dobro do ano anterior”, analisa o executivo. Foram 132 M&As no período, 124% mais que em 2023.
As categorias brasileiras que mais captaram em 2024 foram as fintechs, com 38% do total, seguidas das de energia (energytechs, com 23%), do setor imobiliário (proptechs, com 17%), varejo (retailtechs, com 12%) e do agronegócio (agtechs, com 11%). O quarto trimestre registrou a maior quantia em aportes (R$ 5 bilhões).
O levantamento usa dados da Startup Scanner, plataforma da Liga Ventures que identifica e acompanha dados destas empresas do Brasil e na América Latina. O objetivo é conectar grandes empresas, pesquisadores e empreendedores com dados sobre as movimentações do mercado e encontrar oportunidades de negócios.
Perfil das startups brasileiras
O estudo da Liga aponta que as verticais com mais startups ativas em 2024 foram as fintechs (874), as agtechs (827), as healthtechs (593), as foodtechs (483), e as retailtechs (470). O levantamento mostra ainda que 741 delas aplicam inteligência artificial em suas soluções, sendo que as categorias que mais utilizam a tecnologias são as healthtechs (16%), agtechs (16%), retailtechs (14%), martechs (13%) e fintechs (10%).
Do total aportado nas startups, R$ 5,8 bilhões, ou 42%, foram investidos nas que usam ou fornecem soluções de IA.
O estudo traz também os estados com maior distribuição de startups ativas. No primeiro lugar está São Paulo (49%), seguido de Santa Catarina (9%), Minas Gerais (9%), Paraná (8%), Rio de Janeiro (7%), Rio Grande do Sul (6%), Espírito Santo (2%), Distrito Federal (2%), Pernambuco (2%), Ceará (1%) e Bahia (1%).
Sobre os tamanhos das equipes das startups, 29% possuem até cinco funcionários, 26% de seis a 15, 26% de 16 a 50, 9% de 51 a 100, e 11% têm mais de 100.
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