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Quatro mulheres participam de um painel de discussão em um palco. Cada uma está sentada com um microfone em mãos, envolvidas em uma conversa sobre transformação digital. Ao fundo, uma grande tela exibe seus nomes e respectivas organizações: Annali Duarte (Bank of America), Mariana Alonso (Votorantim Energia), Ana Paula Kagueyama (Paypal) e Déborah Oliveira (Jornalista). O logotipo da VTEX na tela indica que o evento é organizado por essa empresa.

É a experiência do cliente quem define a direção da transformação digital. Esta foi a mensagem central das executivas presentes no painel “Entre desafios e soluções: como estruturar uma transformação digital em segmentos diferentes do varejo”, realizado no Vtex Day nesta segunda-feira (02).

Mediado pela editora-chefe do IT Forum e diretora do Itaqui, Déborah Oliveira, o bate-papo contou com a presença da senior director e líder de Global Customer Services & Site do PayPal, Ana Paula Kagueyama; da head de Global Payments Solutions Latam do Bank of America, Annali Duarte; e da Mariana Alonso, diretora de CRM, Fidelidade e Meios de Pagamento da Vibra.

Ao longo da conversa, as executivas trouxeram suas experiências com a implantação de novas tecnologias e a transformação digital. Para Annali, um fator fundamental para a inovação no setor financeiro é a parceria com fintechs e com o próprio governo. A necessidade de criar um ecossistema entre os diversos players do mercado para tal veio da delicadeza do business, que exige mais segurança por lidar com o dinheiro dos clientes e possui uma regulação maior.

“Tivemos sorte que o Banco Central tem uma agenda inovadora e toda essa troca ajuda, mas, mesmo nós não fôssemos regulados, teríamos que nos adaptar e criar soluções que fossem seguras e boas para os clientes”, disse a representante do Bank of America.

Trazendo os consumidores para o centro da conversa, a executiva citou como exemplo do poder que existe nesta conversa, a criação do PIX, que foi impulsionado pela experiência positiva do cliente final. “No começo, as empresas não acreditavam que o PIX teria essa adoção, elas diziam que iam entrar depois, mas não teve como.” Hoje, mais de 45% das transações na América Latina são feitas via PIX.

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Ainda dentro do setor financeiro e parte deste ecossistema, Ana Paula concordou com a lógica de seguir o cliente no caminho da inovação. Durante o painel, a executiva do PayPal falou sobre a busca para entender cada vez mais os consumidores, integrando e criando tecnologias que unem automação e hiperpersonalização.

O caminho, segundo ela, é compreender quais as principais fricções na experiência de compra e buscar minimizá-las ao máximo. Para tal, a head vê as biometrias como o próximo grande hype no futuro dos pagamentos. “Estamos buscando formas diferentes de autenticar o consumidor final, por que, muitas vezes, só de levantar para pegar o cartão, você perde a venda.”

A empresa monitora ainda, a taxa de engajamento após problemas, para avaliar se os usuários seguem realizando transações depois de enfrentarem dificuldades. O monitoramento busca facilitar a vida dos clientes reais do PayPal e fidelizar os consumidores.

Kagueyama analisou, em sua fala, a importância de observar os resultados das novas tecnologias, principalmente a inteligência artificial, para que se possa manter a experiência humanizada.

Já para a Vibra, o desafio é outro. Enquanto empresa licenciada dos Postos Petrobrás, a humanização nunca foi um problema, mas sim, a equalização e o diálogo entre todas as frentes do negócio, do revendedor ao frentista ao cliente final. De acordo com a diretora de CRM, Mariana Alonso, o primeiro passo para entender o que precisava ser transformado foi mapear todos essas peças.

“Não nos apegamos a tecnologia em si, o foco não era a inovação e sim, repensar o espaço de varejo. Queremos sim estar antenados ao mais inovador, mas o mais importante é o que faz sentido para o meu cliente”, afirmou.

Desde então, a companhia tem desenvolvido o que chamou de “personalização analógica”: tecnologias que permitem que os postos possuam informações personalizadas dos clientes, mas que possam utilizá-las de forma natural no dia a dia. Neste ponto, a executiva do Bank of America, Annali Duarte, ressaltou que a mudança de cultura é algo essencial dentro de uma estratégia de transformação digital.

“Temos que pensar no público dentro de casa também, porque o mais difícil é abandonar o que já funcionava, os legados e etc, e ir para um novo segmento que vai exigir tempo, dinheiro e mudança interna.”

Para isso, Ana Paula Kagueyama, representante do PayPal, destacou a importância de investir no preparo humano. Ao olhar para o funcionários, a diretora reforça que a humanização só é possível quando se treina as equipes para lidar com situações complexas que, segundo ela, serão cada vez comuns agora que a IA assumiu as tarefas repetitivas.

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