Pouco tempo após tomar posse para seu segundo mandato presidencial, Donald Trump assinou nesta segunda-feira (20) um decreto que concede ao TikTok mais 75 dias para evitar seu banimento nos Estados Unidos.
O TikTok foi temporariamente suspenso no país no último domingo (19) em decorrência de uma lei aprovada pelo Congresso norte-americano. A justificativa é que a plataforma, de propriedade da companhia chinesa ByteDance, poderia representar uma ameaça à segurança nacional devido à coleta de dados de cidadãos americanos. A lei foi confirmada pela Suprema Corte dos EUA.
Trump propôs que o TikTok se torne uma joint venture no país. Com essa solução, o controle do serviço seria dividido igualmente entre investidores dos Estados Unidos e a ByteDance. A empresa ainda não informou se aceitará a venda do aplicativo no país ou o banimento. O serviço de vídeos curtos possui 170 milhões de usuários nos Estados Unidos.
Shou Zi Chew, CEO do TikTok, esteve presente na cerimônia de posse de Trump. O presidente afirmou que a ideia da joint venture “agradou” ao executivo, embora ainda seja necessária a aprovação da China. Ao seu lado, estavam líderes da tecnologia como Jeff Bezos, Mark Zuckerberg e Sundar Pichai.
As duas pontas do debate
O TikTok tornou-se peça central em um contexto mais amplo. Trump prometeu tarifas contra a China, mas também busca um canal aberto com Xi Jinping. A postura do presidente diverge daquela de seu primeiro mandato, quando tentou banir o aplicativo sob o argumento de proteger dados americanos. Agora, ele se refere ao TikTok como uma ferramenta estratégica para dialogar com as novas gerações.
Em 2020, Trump deu à ByteDance um prazo de 90 dias para vender o TikTok, mas aceitou um acordo com Oracle e Walmart, que assumiriam parte do controle. Elon Musk, conselheiro informal do presidente, sugeriu que as negociações fossem usadas como moeda de troca para que redes sociais americanas tivessem maior acesso ao mercado chinês.
Dentro do Partido Republicano, há divergências. Os senadores Tom Cotton e Pete Ricketts, por exemplo, argumentam que o prazo não deveria ser estendido. “A ByteDance deve cumprir a lei e proceder com um desinvestimento qualificado”, declararam.
Caso a proibição seja efetivada, será a primeira vez que os EUA banem uma grande plataforma de mídia social. A nova legislação concede amplos poderes à administração Trump para agir contra outros aplicativos chineses. O TikTok, por ora, é apenas o primeiro elemento de uma disputa mais complexa.
*Com informações do UOL.
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