A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) anunciou essa semana que alcançou uma “marca história”: a Inova Unicamp, agência de inovação vinculada à universidade pública, alcançou 233 contratos de transferência de tecnologia ativos em 2024, aumento de 9,9% em relação ao ano anterior (que já havia sido recorde). Na prática, isso significa 32 novos contratos de transferência formalizados e R$ 1,2 milhão em “ganhos econômicos”.
A universidade também aponta benefícios sociais de licenciamentos gratuitos, como é o caso do programa Unicamp GETS – Sistema de Gerenciamento de Tecnologia para a Saúde, licenciado gratuitamente para seis hospitais. O software tem como foco a gestão de equipamentos médicos hospitalares.
Os dados fazem parte do recém-lançado Relatório Anual da Inova Unicamp, que presta conta das atividades feitas em 2024 – e que pode ser baixado na biblioteca da Inova.
Segundo Renato Lopes, professor e diretor-executivo da Inova Unicamp, os indicadores não só reforçam a qualidade das pesquisas, do corpo docente e dos talentos da Unicamp, como também demonstra valor e impactos da ciência e da tecnologia criadas na universidade para a sociedade.
“A transferência de tecnologia constitui um meio de transformar a excelência da Unicamp e o conhecimento resultante de suas pesquisas em produtos, processos e serviços que beneficiam a sociedade, sejam eles com ou sem ‘royalties’”, explica Lopes, citando o ranking da Times Higher Education, no qual a Unicamp aparece, como outro sinal positivo.
Patentes e transferência
Entre as tecnologias transferidas pela universidade no último ano estão 19 patentes de invenção nacionais e cinco patentes de invenção internacionais. Também foram transferidos outros ativos de propriedade intelectual protegidos da Unicamp, como programas de computador e conhecimentos técnicos nos formatos de fornecimento de know-how.
Entre os licenciamentos de patentes de 2024 está uma tecnologia que propõe o uso da cana-de-açúcar para produzir nanopartículas fluorescentes de carbono que serve como “bioestimulante natural”. A tecnologia foi licenciada para a startup PBF Nutrientes, que surgiu a partir do Desafio Unicamp – os fundadores venceram a edição de 2022 na principal categoria da competição de empreendedorismo da Inova Unicamp.
Desde então o time se consolidou como empresa e licenciou a tecnologia para utilizá-la e testar soluções para o mercado. Ela é considerada uma empresa spin-off acadêmica da Unicamp.
Outro exemplo citado é o da DPR Engenharia e Simulação, empresa formada por egressos da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, que passou pelo programa de incubação da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp). Atualmente é residente no Parque Científico e Tecnológico, ambos ambientes sob gestão da Inova.
Em 2024, a startup licenciou quatro tecnologias da universidade, incluindo soluções de segurança e mitigação de acidentes em plantas industriais.
Uma das tecnologias licenciadas pela DPR permite que empresas de pequeno porte realizem análises de consequência de acidentes, estudo voltado para segurança operacional. Outra ferramenta utiliza a Dinâmica de Fluidos Computacional (CFD) para simular explosões acidentais em plantas industriais, auxiliando na prevenção e mitigação de riscos.
Portfólio tecnológico
Uma das formas de empresas e instituições conhecerem as tecnologias da universidade paulista é acessando o Portfólio de Tecnologias da Unicamp. Atualmente a Inova gerencia 1.354 patentes vigentes (nacionais e internacionais) – sendo 78 pedidos de patente no Brasil em 2024, aumento de 52,9% em relação ao ano anterior, e outros 11 no exterior.
A Inova Unicamp também contabiliza outros ativos de propriedade intelectual da Unicamp, tendo registrado no acumulado, até 2024, 386 programas de computador e 159 marcas registradas.
* com informações da Inova Unicamp
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